Siga-nos no Whatsapp

Marcelo espera pelo Orçamento e marca eleições para 10 de março

09 nov, 2023 - 19:59 • Tomás Anjinho Chagas , Manuela Pires , Ricardo Vieira

Eleições legislativas agendadas para março após demissão de António Costa. Marcelo diz que é o momento de "devolver a palavra ao povo, sem dramatizações nem temores” e deixa recado ao Ministério Público (MP).

A+ / A-
Veja o discurso na íntegra. Marcelo espera pelo Orçamento e marca eleições para 10 de março
Veja o discurso na íntegra. Marcelo espera pelo Orçamento e marca eleições para 10 de março

Veja também:


O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou esta quinta-feira a convocação de eleições antecipadas para 10 de março de 2024.

Marcelo Rebelo de Sousa vai dissolver o Parlamento após a aprovação do Orçamento do Estado para 2024, marcada para 29 de novembro.

A decisão foi comunicada ao país após uma reunião do Conselho de Estado.

Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou a “elevação” na forma como o primeiro-ministro se demitiu e agradeceu a António Costa por se manter no cargo até que seja encontrado um substituto.

O Presidente da República assegurou que escolheu dissolver (novamente) o Parlamento por "decisão própria" e deixou um recado à justiça: "Espero que o tempo permita esclarecer o sucedido".

Sobre a nova ida às urnas, Marcelo diz que se trata de "devolver a palavra ao povo, sem dramatizações nem temores" e remata dizendo que confia nos portugueses para definir o "futuro do nosso Portugal".

O chefe de Estado desfaz assim as dúvidas e quebra o silêncio de 48 horas que vigorava desde que António Costa se demitiu do cargo de primeiro-ministro.

Esta terça-feira, dia 7 de novembro, o primeiro-ministro apresentou a sua demissão depois de se ver envolvido em suspeitas de "desbloquear processos" relacionados com negócios do lítio, hidrogénio e do novo data center de Sines, segundo uma nota da Procuradoria-Geral da República.

No dia em comunicou ao país a sua demissão, António Costa assegurou que não será recandidato a liderar o governo. “Não, não me vou recandidatar”, garantiu de forma lacónica.

As razões de Marcelo

Para justificar a dissolução de uma maioria absoluta socialista, o Presidente da República apresentou cinco argumentos.

O primeiro é que o resultado das legislativas de 2022 foi "personalizado no primeiro-ministro, com base na sua liderança", repetindo aquilo que tinha dito na tomada de posse do governo: se Costa sai, o Governo cai.

Em segundo, Marcelo Rebelo de Sousa defende que qualquer eventual substituto interno de António Costa teria uma "fraqueza" provocada pelo facto de nunca ter ido a votos.

Como terceira razão, o chefe de Estado considerou que seria "um risco" ter um Governo "presidencial", onde o próprio teria um peso "partidário" e que isso resultaria no enfraquecimento dos poderes do Presidente da República.

No quarto argumento, o Presidente da República invocou a "estabilidade" para explicar o timing da convocação das novas eleições. Ao empurrar o calendário para março, permite aprovar a proposta de Orçamento do Estado e evitar que o país viva em duodécimos.

"Isso permitirá ir ao encontro da expectativas de alguns portugueses", defendeu Marcelo Rebelo de Sousa, esgrimindo que há um Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que "não para".

Por último, Marcelo Rebelo de Sousa diz que uma nova ida às urnas vai permitir uma "maior clareza e mais vigoroso rumo".

Neste derradeiro argumento, o chefe de Estado diagnosticou um "vazio inesperado que surpreendeu e perturbou tantos portugueses, afeiçoados aos oito anos de liderança ininterrupta", provocado pela demissão de António Costa.

Saiba Mais
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+