Entrevista

Centeno admite aumento de 0,50 nos juros em dezembro

05 dez, 2022 - 07:00 • Sandra Afonso , Susana Madureira Martins

O governador do Banco de Portugal defende que o país já terá passado o pico da inflação e admite que é preciso dar um sinal de moderação ao mercado, depois de duas subidas consecutivas de 0,75 pontos base. A próxima reunião do Banco Central Europeu está marcada para 15 de dezembro, altura em que serão também anunciados novos indicadores. Em entrevista à Renascença, Mário Centeno acredita que o mercado já está a antecipar o início da descida dos preços.

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Taxas de juro podem começar a baixar já em 2023, diz Mário Centeno
Taxas de juro podem começar a baixar já em 2023, diz Mário Centeno

O governador do Banco de Portugal defende que os juros expressos na Euribor, a taxa reflectida nos créditos à habitação, não deverão chegar no próximo ano aos 3%. Mais, a tendência será para uma redução progressiva, para os 2%, até 2025.

Aos aforradores, resta esperar pela boa vontade da banca, para que alinhem a remuneração dos depósitos pelas taxas de referência, porque o supervisor nesta matéria só pode deixar recomendações. Sobre o futuro da banca, Mário Centeno afasta a ideia de que haja instituições que venham a desaparecer: "Uma consolidação não significa um desaparecimento"

Segundo alguns indicadores, podemos já ter ultrapassado o pico da subida dos preços, mas ainda nem todos estão convencidos, incluindo a presidente do Banco Central Europeu. O Eurostat aponta para um abrandamento na Zona Euro, para os 10%, o INE também indica um abrandamento ligeiro em Portugal para 9,9%. Qual é a sua leitura? Já teremos ultrapassado este pico da inflação?

A inflação é o indicador. Muitas gerações de portugueses e europeus não viveram com inflação e estamos agora a aprender a viver com inflação e a ler indicadores de inflação. E, confesso, que do lado dos bancos centrais temos algum receio, e daí talvez as cautelas na leitura dos números, porque ao longo dos últimos meses já anunciámos várias vezes que no trimestre seguinte se iria atingir o pico da inflação. A verdade é que isso ainda não se materializou.

Tudo indica, e estes indicadores mais recentes, desse ponto de vista, podem ser lidos com algum ânimo, que se possa estar a atingir o pico da inflação neste quarto trimestre, que era, aliás, a indicação que os modelos que usamos para estimar a inflação nos indicavam.

As pressões que se colocaram aos preços foram sucessivas e foram-se adicionando umas às outras. Isso levou a que os modelos não as conseguissem captar. Passado esse período em que os choques eram eminentemente exógenos e que tinham a ver com as crises energéticas, com o conflito na Ucrânia, com as decisões da China em relação ao covid zero que colocavam mais restrições nas cadeias de oferta mundiais.

Situações que se mantêm.

Tudo situações que se mantêm mas não se agravaram. E essa dimensão é importante. Ou seja, não há choques novos a aparecer. As previsões para 2023 do Banco Mundial, dos preços da generalidade, eu diria até da totalidade de matérias primas, bens energéticos, fertilizantes, minerais, são todas variações esperadas negativas nos preços, o que significa que se começou a inverter o ciclo.

Em 2023 já poderemos ter um alívio dos indicadores de inflação?

Tudo indica que seja esse o caminho que o desenvolvimento da economia, nesta dimensão muito importante dos preços, vá tomar. Mas é preciso que o mecanismo de transmissão destes inputs, destas matérias primas, destes bens energéticos até ao consumidor final, se materialize. E aqui há uma cadeia de decisões, aquilo que os bancos centrais imediatamente começam a falar como efeitos de segunda ordem.

Está a falar das decisões dos governos, da política orçamental?

Estou a falar dos salários, das margens de lucro e das decisões da política orçamental de resposta a esta situação desafiante e por vezes difícil de inflação. Todos, começando obviamente pelo Banco Central Europeu, devem contribuir. Por isso eu tenho insistido na ideia de que o Banco Central Europeu não pode, não vai e tem mesmo que agir e não se vai demitir dessa ação. Mas, no médio prazo, todos ganhamos se esta for uma ação coletiva.

Agora em dezembro há nova decisão sobre os juros, para travar a subida dos preços. Tem defendido moderação na subida das taxas, este é o momento para mostrar essa moderação?

Os números completos com que a decisão vai ser tomada só serão conhecidos mais na proximidade da reunião, porque o BCE vai divulgar projeções completas, até 2025. Há aqui uma ideia, que às vezes é difícil de transmitir, que o objetivo que nós prosseguimos na inflação não é a inflação do mês que vem, é a inflação no médio prazo.

A decisão de Dezembro vai ser tomada com esta informação adicional. Os números que nós observámos desde há vários meses nos mercados internacionais, com queda do preço do petróleo, com queda do preço do gás, com estimativas - e já muitas vezes materializadas - o alumínio, o ferro, o trigo, o preço de todos estes bens estão a cair, já em termos homólogos, inclusivé, já não é só face ao pico que foi atingido ali em Junho/Julho. Estas variações têm que passar para a inflação sentida pelos consumidores. Não há nenhuma alternativa a isto acontecer. Nós temos que fazer pressão na forma como os preços são determinados nas nossas economias para que isto aconteça. A tal ação coleçtiva.

Se atingimos esse pico sem grandes complacências, porque temos que entender que já errámos no passado recente a identificação desse pico de inflação, estão criadas as condições para que a estratégia siga aquilo que é expectável pelos mercados. Se olharmos hoje para as taxas de futuros, daquilo que são as decisões esperadas pelo BCE, nós temos para dezembro um aumento mais reduzido do que aquilo que aconteceu nas últimas duas reuniões. Ou seja, os mercados esperam esse aumento mais reduzido.

Abaixo de 75 pontos base?

Abaixo de 75 pontos base e eu acho que estamos em condições de o promover. Vamos ver como termina a questão das estimativas e dos dados adicionais que, entretanto, possam surgir. Mas é muito importante que essa trajetória seja seguida, que se dê um sinal. Porque esse sinal vai corroborar uma trajetória que já está totalmente descontada nas taxas que nós pagamos.

Estamos entre um sinal claro, de 25 pontos base, ou um sinal moderado, de 50 pontos base?

Nós temos que continuar a transmitir aos mercados. Todos, não só aos mercados financeiros, estou a falar também das empresas, dos mercados de trabalho, que o BCE não terá nenhuma hesitação em combater uma inflação do nível que nós ainda hoje temos. Estas poucas décimas de redução da taxa de inflação são poucas décimas.

Um sinal moderado, então?

Isso. É no sentido de alertar para que temos todos que estar colaborantes com esta decisão. Não é uma decisão de repressão. Entendam.

Mas a comunicação da presidente do BCE tem sido um pouco essa... uma fatalidade, quase que um castigo, devido aos dados.

Mas não é. É uma das nossas prioridades, mesmo fora da política monetária, não há nada mais disruptivo para a política orçamental do que esta necessidade de ter que desenhar medidas de apoio por causa da inflação. Para as empresas, para todos nós, para aqueles que poupam, porque nós sentimos isso também. Uma inflação de 10% cria uma erosão nas nossas poupanças enorme.

A comunicação do BCE sobre as taxas de juro também devia mudar? Sem ter um tom implacável?

Houve ali um momento de viragem, porque havia uma perceção instalada, que não era correta, de grande complacência do BCE. Várias pessoas já vieram dizer que começámos a actuar tarde e não é a minha interpretação, acho que estão errados, porque os sinais que recebíamos da economia e da origem do foco, da origem da inflação, não eram compatíveis com uma acção diferente do BCE.

Sobre o sinal para o futuro.

É esse mecanismo de previsibilidade que ajudará também sobre a capacidade do BCE de ser pedagógico naquilo que são as suas decisões e não punitivo. Não é nada esse o espírito. Que é... A partir do momento em que a inflação atinja o seu pico, que as decisões do BCE, de acordo com aquilo que é esperado em Dezembro, venham também elas próprias a suavizar o perfil dos aumentos das taxas até atingirmos um ponto que estamos muito próximo desse ponto de valor máximo, que é, aliás, aquilo que o mercado espera de nós.

Já estamos próximo?

Estamos muito próximo e a verdade é que, nos últimos dias, com a inflexão aparente da política monetária nos Estados Unidos, com a informação que tivemos da inflação do último mês, nós tivemos uma revisão em baixa muito significativa já, das estimativas que o mercado tem assumidas para a evolução das taxas.

Podemos dizer que não irão para além dos 3%?

Neste momento vamos para os 2%. A trajetória de há 15 dias era de que se poderia atingir os 3% durante o ano de 2023. As últimas estimativas, já não atingem os 3% e convergem muito rapidamente para 2% em 2024 e 2025. O que significa que há um aligeirar desta trajetória, que já está totalmente descontada neste momento na Euribor que nós pagamos nos créditos, em particular no crédito à habitação.

Houve, aliás, um episódio muito interessante em torno da reunião de Outubro. Quando nós tomámos a decisão de aumentar em 75 pontos base, o mercado reviu em baixa a trajetória das taxas, e isto tem um impacto direto na Euribor. Infelizmente, no dia seguinte, o número da inflação que foi conhecido foi ainda em alta e surpreendeu os mercados, o que significou que a redução que os mercados tiveram nas taxas na quinta feira, na sexta feira foi praticamente toda revertida. Mas desde esse dia, com a informação que tem vindo a ser conhecida, e agora com esta informação do dia 30 de novembro da taxa de inflação estar ligeiramente mais baixa, há uma revisão gradual da trajetória esperada para as taxas do BCE, que é mais consentânea com o tal esforço colectivo que se reflecte nestas taxas.

Ou seja, um ganho hoje de 1 ponto percentual ou 2 pontos percentuais, seja nos salários, seja nas margens de lucro, vai ter um impacto negativo no médio prazo muito significativo, neste esforço colectivo, e nós devemos, se possível, abdicar no curto prazo para ter este ganho de previsibilidade no médio prazo. Garanto, se o conseguirmos, este ganho vai ser muito significativo, muito material e a revisão das expectativas que depois se refletem na Euribor que pagamos, é imediata.

Não é de excluir que possa existir uma revisão em baixa, já ao longo do ano de 2023, das Euribor que hoje pagamos e que, portanto, também como atingimos o pico da inflação, já tenhamos atingido o pico das taxas de juro e elas começam gradualmente, não a voltar aos níveis de 2022, não vão voltar aos níveis de 2019.

Taxa zero.

Taxa zero, taxas negativas. Isso ninguém quer. Não podemos voltar a esses níveis de taxas.

Mas acha que 2023 já será um ano de alívio?

Se atingirmos o pico - e este "se" eu sei que tem o seu valor - da inflação ao longo do quarto trimestre deste ano e isso for algo que se materialize no princípio de 23, isso vai acontecer. Para que este se se verifique, são necessários dois fatores: que não haja surpresas adicionais, o ano passado nós estávamos mais ou menos na mesma posição, mas depois a guerra de facto concretizou-se, não estamos livres e nada dessa natureza está nesta análise; e, se os mecanismos de transmissão de que falámos abundantemente no princípio desta nossa conversa forem efetivamente colocados no mercado.

O Banco de Portugal foi um elemento chave na coordenação das negociações das medidas de apoio a quem tem créditos à habitação com a banca, que têm sido muito criticadas por não terem ido mais além, sobretudo tendo em conta o apoio concedido nos últimos anos aos bancos. Porque é que não foi dado mais apoio às famílias?

Duas notas, em relação à forma até como coloca a pergunta. Nós tivemos, no passado recente, processos difíceis com a banca, não foram exclusivos de Portugal. Sabem qual é a minha leitura sobre a forma como o processo decorreu desde a crise financeira, passando pela crise soberana na banca em Portugal. Nós chegámos muito tarde às soluções, muito desfasados do resto da Europa, quando a partir de 2015, 2016 começamos efetivamente a capitalizar os bancos, só começámos a reduzir o crédito malparado a partir de 2016 e efetivamente esse processo levou algum tempo a materializar-se. Hoje estamos com níveis de crédito malparado praticamente idênticos aos europeus e isso é uma conquista muito grande que não podemos perder. Mas eu percebo que isso esteja na memória fresca de todos e é de facto algo que não podemos esquecer.

Também não podemos esquecer que a banca nos últimos anos, em particular com taxas de juro muito baixas, teve uma dimensão do seu negócio muito afetada. O seu negócio é a concessão de crédito, com taxas negativas a dimensão de negócio dos bancos vê-se muito, muito afetada. Foi necessário que esses bancos se adaptassem também. E chegamos a este momento com uma resposta pública de grande dimensão, no período covid, com os bancos a não serem parte do problema, o que também foi uma novidade face às crises anteriores.

Este equilíbrio em que hoje nos encontramos, pleno emprego, o Estado mais endividado, de forma muito positiva as empresas e as famílias reduziram o seu endividamento face a 2019, os depósitos das empresas e das famílias cresceram mais do que as suas dívidas. Nós temos 8 mil milhões de euros menos de endividamento das famílias do que tínhamos em 2019, o número para as empresas é de 4 mil milhões de euros.

O que é que os bancos podem fazer neste momento?

Eles têm já mecanismos legais que os obrigam, que os impelem a olhar para a situação dos mutuários em dificuldade e agir de forma preventiva. O que este decreto lei vem fazer é colocar uma métrica em cima desse outro mecanismo, que já existe em Portugal há muitos anos e que já existe uma experiência de utilização.

A questão é a métrica. É que é de tal forma redutora que atinge poucas famílias, ou poucos clientes.

Mas primeiro precisamos de identificar duas coisas: estamos a regressar a taxas normais, é muito importante que tenhamos isto em mente. Estas taxas, hoje estão um pouco mais elevadas, já referi que elas vão ter tendência depois a reduzir-se, mas elas são as taxas normais. As taxas de 2020, 2019, 2018 não são taxas normais.

Aliás, todos os créditos que foram concedidos durante esse período, a partir em particular 2018, estão sujeitos a um teste de stress, precisamente de aumento de 3 pontos percentuais da taxa, para perceber se o mutuário consegue acomodar um aumento das taxas muito próximo daquele que estamos a observar hoje, e os créditos foram concedidos nessa presunção, de que as pessoas estavam conscientes desse choque que poderia acontecer e o Banco estava obrigado a só conceder crédito e mutuários que conseguissem acomodar esses choques. Desde essa altura, os rendimentos das famílias em Portugal aumentaram todos os anos de forma consecutiva.

Mas há aqui um risco de aumento do malparado?

Existe e existe a necessidade de olhar para cada família, porque cada família para um banco é um cliente e os bancos têm a obrigação de o fazer. Assim como, e eu tenho falado sobre isso também, têm a obrigação de olhar para as poupanças das famílias.

Já deu vários recados à banca sobre isso, fora os que terá partilhado em privado, a necessidade de remunerarem os depósitos, em linha com a subida das taxas de juro, mas não está a ser ouvido. O Banco Portugal pode fazer mais alguma coisa, além destas recomendações?

Gosto mais da palavra recomendações do que de recados. Recomendações, no sentido quase da perspetiva que o Banco Central tem que ter destas matérias, que é uma perspetiva de equilíbrio geral. Eu tenho que olhar para todas as dimensões do problema e não me focar apenas numa delas.

Eu percebo que há famílias que estão hoje em dificuldades ou que possam entrar em dificuldade face a um aumento desta natureza das taxas. Tenho que apelar a que essas famílias respondam com os seus próprios meios.

O crédito malparado da habitação em Portugal é muito, muito reduzido. Os portugueses fazem um ponto de honra muito, muito forte no cumprimento das suas obrigações, em particular da habitação. Nós somos pessoas de palavra e todos hoje percebemos que o problema da banca não foi com os clientes da habitação, foi com outros clientes que tinham outras habitações e não eram estes portugueses de que estamos a falar.

Em relação à remuneração dos depósitos, além das recomendações, o Banco de Portugal pode fazer mais alguma coisa?

Não, isso é uma decisão do mercado. Há uma lei, que gere, e foi um travão, por exemplo às remunerações negativas dos depósitos. Mas não devemos intervir mais do que isso. As recomendações são isso mesmo, recomendações.

Recentemente, numa entrevista, disse que há espaço no mercado bancário português para fusões e aquisições. Pergunto se isto é uma necessidade. Se dentro dos grandes bancos nacionais a operar em Portugal podemos estar perante a possibilidade de alguns deixarem de existir, se não se juntarem ou fundirem?

Eu disse, logo nos primeiros meses de ocupar o cargo de governador, que era uma evolução natural, face à estabilização do sistema financeiro a que tínhamos assistido nos nos anteriores. O covid e depois a guerra vieram provavelmente prolongar este período de adaptação. Acho que é uma dimensão que tem que ser resolvida no mercado, mas continuo a ser da opinião de que há espaço para essa consolidação, que promova ainda mais a resiliência e a robustez do sistema bancário em Portugal.

Há sinais muito positivos de todo este processo. O facto de o Fundo de Resolução, por exemplo, já ter um contributo positivo para o Orçamento de Estado e ter começado finalmente o processo de redução do seu endividamento face ao Estado. A banca tem gerado dividendos, tem pago impostos, tem pago taxas. É um fator também de resiliência nesse sentido. O mercado dirá qual a evolução que entende, mas eu vejo espaço para essa consolidação.

Mas há bancos que correm o risco de desaparecer, como o Montepio, que anda há algum tempo há procura de casamento?

Não há um desaparecimento, porque um banco existe pela função que ele desempenha, pelos clientes que tem, e não há nenhum desaparecimento previsível nessa função. Uma consolidação não significa um desaparecimento do serviço bancário e das entidades. Se se fundirem, elas não desaparecem nas suas funções.

Veja a entrevista a Mário Centeno na íntegra
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  • António Teixeira
    06 dez, 2022 Lisboa 02:49
    Com mais umas sanções tontas da UE e gastos imoderados para financiar a guerra na Ucrânia, adeus objectivos de controlo da inflação. Espiral inflacionista, contra espiral recessiva, política fiscal e social compensatória e, ao fim de alguns meses, finanças públicas em crise em vários países da UE e crises políticas desestabilizadoras. Tudo dependendo também de um "se"....

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