03 jul, 2022 - 14:17 • Tomás Anjinho Chagas
Luís Montenegro, novo presidente do PSD, critica António Costa por se aliar a partidos "anti-nato", "anti-UE" "anti misericórdias" e "pró-russos", numa referência à geringonça com o PCP e Bloco de Esquerda.
Com o auditório a aplaudir constantemente, o espinhense distanciou-se de várias formas do PS, garantindo que António Costa, Pedro Nuno Santos, Fernando Medina, Mariana Vieira da Silva e Ana Catarina Mendes "violaram os princípios do socialismo moderado".
"Somos e seremos moderados, mas não somos nem seremos socialistas", atira Montenegro. Mas se colocou uma barreira à esquerda, também a colocou à direita.
Apesar de afirmar que não tem interesse por discussões de "linhas verdes ou vermelhas", o novo líder garantiu que nunca se vai associar "a qualquer política xenófoba ou racista".
A frase merceceu um forte aplauso, num momento em que os delegados ao Congresso se levantaram e cantaram “PSD! PSD!”.
Apesar de curta, houve também uma menção à Iniciativa Liberal, partido do qual Montenegro fez questão de se diferenciar: “ É por sermos moderados que também não somos ultraliberais ”.
Os “princípios e os valores” foram uma constante na primeira parte do discurso de quase uma hora no Pavilhão Rosa Mota. Montenegro promete que, se algum dia o PSD quiser suportar um Governo que vá contra esses princípios, não será ele o líder. “ Nunca violaremos os nossos princípios e valores”, assegura.
“Estamos conscientes que Portugal precisa e chama pelo PSD”, afirma Luís Montenegro, justificando que este “Governo tresanda a velho”.
Um executivo “gasto, desorganizado e desnorteado”, classifica o novo líder do maior partido da oposição. Montenegro fez um “balanço” da governação de António Costa com a mira na TAP, no setor da saúde “caótico”, na área da educação, e nas filas “terceiro-mundistas” verificadas no aeroporto de Lisboa.
O novo presidente social-democrata denuncia a “incapacidade” do Governo de “estar ao lado de quem precisa”, apontando para os incêndios de 2017. De seguida prometeu que vai estar esta segunda-feira em Pedrógão “para falar com autarcas, bombeiros e vítimas dessa tragédia”.
Destacando os índices de pobreza, Montenegro alertou que “Portugal não tem de ser isto”.
No arranque do discurso, Montenegro agradeceu às pessoas presentes no auditório: dirigentes, autarcas, associações e partidos. Mas depois de referir sinteticamente a presença do Chega, IL, PCP, PAN, Livre, CDS, PEV; MPT, PPM e Aliança, delegações que disse cumprimentar com “ fair play”, houve espaço para uma menção maior: ao CDS.
O velho parceiro do PSD esteve em peso, com a presença de Nuno Melo e de figuras como Telmo Correia ou Pedro Morais Soares. Luís Montenegro dirigiu uma “ palavra de estima” aos centristas, acrescentando que “não é a conjuntura atual do CDS” que iria travar esta “r eferência especial”.
Isto é, não é pelo CDS não estar representado na Assembleia da República que apaga o passado de ligação com o PSD. Montenegro desejou ainda “ conquistas e sucessos ” à liderança de Nuno Melo.