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Legislativas 2022

Rui Rio à Renascença. Costa aos "ziguezagues" com possibilidade de BE no Governo

25 jan, 2022 - 09:23 • Fábio Monteiro , André Rodrigues

Em entrevista à Renascença, Rui Rio não descarta a possibilidade de contar com o PAN para um futuro Governo. Mas deixa um aviso: “Tem de ser pôr em cima da mesa coisas sensatas." Quanto a António Costa, acusa-o de andar aos "ziguezagues": depois de apelar a uma maioria absoluta, voltou a pôr em cima da mesa uma nova geringonça, "eventualmente com o Bloco dentro do Governo”

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Rui Rio à Renascença. Veja a entrevista na íntegra
Rui Rio à Renascença. Veja a entrevista na íntegra

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António Costa “tem andado notoriamente aos ziguezagues, ora diz uma coisa, ora diz outra”, disse Rui Rio, líder do PSD, em entrevista à Renascença esta terça-feira.

No último mês, o secretário-geral do PS já pediu a maioria absoluta e descartou a possibilidade de reeditar a geringonça. Mas com as sondagens a sinalizar uma mudança de maré do eleitorado, o discurso do líder socialista mudou.

"A primeira coisa que ele disse é ‘apenas a geringonça. Se eu precisar dos votos do PSD para aprovar o Orçamento demito-me’. Depois, veio para a campanha eleitoral e continuou com isso e continuou a dizer ‘com o PSD, não’. E uma vez que o que aconteceu com o BE e o PCP no Orçamento para 2022 [que foi chumbado], candidata-se porque dizia que ‘vou ter uma maioria absoluta’. Agora, diz que negoceia com toda a gente. Não sei em que acreditar no que ele vai fazer, apontou Rio.

E, logo de seguida, colocou um novo cenário: "Sei uma coisa: é que voltamos a ter em cima da mesa a probabilidade de uma Geringonça, agora até mais com o BE do que com o PCP. Os eleitores têm que pensar que votar no PS e em António Costa tem uma altíssima probabilidade de voltar a ter uma Geringonça, eventualmente, com o BE ativo dentro do Governo.”

Se houver uma Geringonça "há uma altíssima probabilidade" de o BE estar dentro do Governo
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Uma sondagem da Aximage, publicada esta terça-feira, que dá o PSD com 34,4% das intenções de voto, mais seis décimas do que o PS que surge com 33,8%. Confrontado com este possível resultado eleitoral, o líder do PSD reagiu com precaução: “Acho que é dos mercados que não funciona em Portugal.”

Ainda assim, fez questão de garantir que a sua “opinião” é que “o PSD tem vindo a crescer”, dado que o “Governo está desgastado”. Na prática, justificou, a inversão do sentido de voto perto da ida às urnas fez sempre parte da sua estratégia como líder de oposição. “As pessoas quando procuram um primeiro-ministro não é o outro ser capaz de dizer muito mal do outro”, disse.

Rio critica Costa por "intoxicar a opinião pública" e forçar uma conotação do PSD ao Chega
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Na mesma sondagem da Aximage, o PAN aparece com 3,2% das intenções de voto – o que pode colocar o partido de Inês Sousa Real no papel de fiel da balança. Questionado sobre um possível governo PSD com apoio do PAN, Rio não descartou essa possibilidade. Mas deixou um aviso: “Têm de ser por em cima da mesa coisas sensatas”, não coisas que, à partida, já se sabe que “vão ser recusadas.”

Rui Rio afastou, por exemplo, a possibilidade de discutir a reposição dos debates quinzenais – medida que consta do programa eleitoral do partido liderado por Inês Sousa Real.

Reformas com o PS?

Ganhe quem ganhar as eleições de dia 30 de janeiro, é essencial fazer reformas estruturais no país, defende Rui Rio. Mas pode o PSD contar com o PS? “Costa não quer reformar nada, tudo o que mexa com algum interesse instalado”, garantiu.

Segundo o social-democrata, o “PS até pode ir de peito feito, mas depois recua aqui e acolá”.

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