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Rui Rio e diretas do PSD. "Acho mais difícil ganhar amanhã do que a 30 de janeiro"

27 nov, 2021 - 00:35 • Sofia Freitas Moreira

O recandidato à presidência do PSD considera que é o único social-democrata capaz de vencer as legislativas de 2022. Pela segunda vez ao longo de toda a campanha, Rui Rio reuniu-se com uma sala cheia de militantes, em Vila Nova de Gaia. As eleições internas decorrem no sábado à tarde.

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Rui Rio diz que será mais fácil vencer as eleições presidenciais de 30 de janeiro, do que as eleições diretas do PSD no sábado, e reiterou que é o único candidato capaz de derrotar o PS nas legislativas.

As declarações do recandidato à presidência do PSD marcaram o encerramento da campanha eleitoral interna de Rui Rio, num encontro com militantes, em Vila Nova de Gaia.

“Acho que é mais difícil ganhar amanhã, do que ganhar no dia 30 de janeiro. Mas acredito que, efetivamente, a maioria dos militantes do PSD vão ouvir aquilo que os portugueses estão a dizer”, disse o líder social-democrata, já perto do final do seu discurso de encerramento.

“Os militantes não vão obedecer àquilo que possa ser um pedido, e, nalguns casos, quase uma ordem, de um qualquer dirigente local que diz ‘vota assim’, porque o dirigente local muitas vezes está a pensar no seu lugar de deputado, no seu lugar distrital, no seu lugar da concelhia”, reforçou.

O Holiday Inn, em Vila Nova de Gaia, foi o local escolhido para o encerramento da campanha interna de Rui Rio. Depois de ter estado na Madeira, esta foi apenas a segunda vez que o candidato se reuniu com os militantes do seu partido.

Cerca de 300 militantes marcaram presença no encontro que antecede as décimas eleições diretas do partido, neste sábado, dia em que 46 mil militantes escolhem o novo líder do PSD.

Relativamente às legislativas de 30 de janeiro, o social-democrata sublinhou a sua convicção de que pode ser o próximo primeiro-ministro de Portugal, “por três razões”. “Esta eleição é muito diferente da de 2019, porque tinha sido formada uma geringonça, não voltou a troika, etc. Como é que o PSD podia ter ganho?”.

Num discurso que durou cerca de 40 minutos, Rui Rio destacou a segunda razão, que considera um dos grandes objetivos que tem, de “recentrar o PSD, voltar a pôr o PSD como um partido do centro, e não como um partido marcadamente de direita, que não é".

“Se perdermos o centro e nos deslocarmos para a direita, vamos ganhar o quê? Onde é que isto nos conduz?”, questionou aos militantes à sua frente. “O centro é que decide quem ganha”.

"Vamos roubar 1% ou 2% ao CDS, tentar roubar 1% à Iniciativa Liberal? Onde ganhamos as eleições, é junto daquele eleitorado que decide as eleições, que ora vota no PS, ora vota no PSD", explicou.

A terceira razão que Rui Rio dá para vencer as próximas legislativas diz respeito “ao tipo de oposição que foi feita”. “Dizer muito bem mal dos outros não é atributo para se ser primeiro-ministro. Temos de ter um comportamento adequado. Servimos o país tanto no governo como na oposição”, rematou.

Rio considerou ainda que "o tipo de oposição que foi feita, responsável e sóbria, é a oposição que leva os portugueses a olhar para o PSD como um partido e um líder capaz de pegar na governação do país".

Com olhos postos nas legislativas, como foi fazendo durante toda a campanha para as diretas, avançou com "três linhas de comportamento fundamentais de diferença para Partido Socialista".

"Mais rigor e menos facilitismo", uma "política económica de redução de dívida pública", porque, afirmou, durante o Governo de Costa, "a dívida pública aumentou sempre, o que baixou foi a relação entre a dívida e o produto", e uma "atitude reformista", causando o PS de estar “estagnado”.

As propostas de Rio passam ainda por "subir o salário médio nacional", inverter a "degradação dos serviços públicos", destacando o caso do Serviço Nacional de Saúde, e "criar melhores condições fiscais a quem vai criar os rendimentos".

A presidência do PSD é disputada, no sábado, pelo atual líder Rui Rio e pelo eurodeputado Paulo Rangel. De acordo com o site oficial do partido, 45.973 militantes compõem o universo eleitoral das décimas eleições diretas do PSD.

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