19 set, 2024 - 10:53 • Salomé Esteves
Desde domingo, os incêndios já consumiram 119.602 hectares, segundo o EFFIS (Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais), o que representa cerca de 3,4 vezes mais do que toda a área ardida em 2023 (34.509 hectares).
Aliás, só na região de Viseu, Dão e Lafões, a mais fustigada nos últimos cinco dias, já arderam 36.358 hectares.
De resto, na Região de Aveiro o fogo consumiu 26.784 hectares – praticamente o mesmo do que em todo o ano de 2020 (28.361 hectares). A norte, no Tâmega e Sousa, os incêndios lavraram sobre 20.297 hectares, o que praticamente iguala a área ardida em todo o ano de 2014 (22.819 hectares).
Na Área Metropolitana do Porto, que engloba os incêndios de Gondomar e de Arouca, registam-se 15.831 hectares de área ardida.
O EFFIS também estima que, desde janeiro, já tenham ardido 139.652 hectares desde janeiro em Portugal. Com a passagem dos 110 mil hectares (marca registada em 2022), 2024 tornou-se o ano em que mais área ardeu depois de 2017.
Nesse ano, conhecido como o pior na história dos incêndios rurais em Portugal - tanto em área ardida como em número de vítimas -, as chamas consumiram mais de 539 mil hectares.
Apesar disso, a área ardida em 2024 fica ainda aquém de anos como 2016 (167 mil hectares), 2013 (140 mil hectares), 2005 (346 mil hectares) e 2003 (471 mil hectares).
Desde domingo, estão a arder várias áreas com o estatuto de Zonas Especial de Conservação no Centro e Norte do País. Em especial, o fogo está a consumir áreas protegidas em Carregal do Sal, Vila Pouca de Aguiar, Castro Daire, Arouca e Albergaria-a-Velha.
Na manhã desta quarta-feira, cerca de quatro mil operacionais combatem as chamas em 79 incêndios, menos 35 do que ao final da manhã de terça-feira.
Desde domingo, os incêndios provocaram 77 feridos e 5 vítimas mortais por consequência direta. Duas outras pessoas faleceram por doença súbita durante o combate ao fogo.