17 set, 2024 - 11:44 • Salomé Esteves
Já arderam 14.428 hectares no incêndio que tem lavrado nos municípios de Oliveira de Azeméis, Abergaria-a-Velha e Sever do Vouga, de acordo com o EFFIS (Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais).
Feitas as contas, esta área corresponde a quase nove mil campos de futebol. Lembre-se que cada relvado equivale a 0,64 hectares. Para clarificar, a área equivale a 3,5 vezes o município do Proto ou 1,5 vezes o concelho de Lisboa.
Este é o maior incêndio ativo desde segunda-feira, mas existem outros fogos no centro norte do país: 154 no total, de acordo com informação do portal da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC). Para o combate às chamas, estão mobilizados, ao final da manhã detsa terça-feira, 5210 operacionais, apoiados por 1612 veículos e 26 meios aéreos. Destes, estão em curso 50 fogos.
No total, a base de dados do Copernicus (Programa Europeu de Observação da Terra) estima que, em Portugal, já tenham ardido cerca de 80 mil hectares este ano.
Só nos incêndios ativos na manhã desta terça-feira, já ardeu mais do que em todo o ano de 2023, em Portugal continental. Ao somar a área ardida dos seis incêndios que mais preocupam as autoridades neste momento, mais de 42 mil hectares já arderam, principalmente no Norte e Centro do país. As contas foram feitas com os números em tempo real do EFFIS e com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), que mostram que, em 2023, arderam 34.509 hectares no continente.
Entre Santa Comba Dão, Nelas e Mangualde, ardeu um total de 11.202 hectares.
Um pouco a norte, entre Castro Daire e Moledo, um outro incêndio já consumiu 5.102 hectares de mato e floresta.
No Marco, na zona de Baião e Oliveira do Douro arderam pelo menos 10.965, mas há pequenos focos de incêndio ativos nas localidades em redor.
Em Gondomar, o fogo que levou ao corte de estradas ao final do dia de terça-feira, consumiu 398 hectares de mato.
O incêndio de Coimbra consumiu 25 hectares de floresta junto à entrada da cidade, nas margens do rio Mondego.
O fumo destes incêndios é visível a partir do espaço, conforme registado por imagens de satélite da NASA.
O incêndio que lavrou na Madeira entre 19 e 26 de agosto deixou um rasto de 5104 hectares de área ardida. Só no distrito de Aveiro, desde segunda-feira, já ardeu quase três vezes mais. Contudo, a ilha da Madeira tem uma dimensão cerca de 120 mil vezes menor do que o continente.
Até aos incêndios na Madeira e os que lavram esta semana, 2024 estava a ser o ano com menos área ardida da última década.
Nesta terça-feira, o IPMA aponta para condições meteorológicas semelhantes às de segunda. A situação de alerta de perigo de incêndio rural, avisa a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, foi prolongada até quinta-feira, 19 de setembro.
Desde segunda-feira, há pelo menos 40 feridos e sete vítimas mortais confirmadas.
[Notícia atualizada às 15h24 com o número de vítimas mortais atualizado]