18 jul, 2023 - 12:35 • Salomé Esteves
O plano de mobilidade para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) apresentado na passada sexta-feira não menciona a circulação de pessoas com deficiência e pessoas com mobilidade reduzida. Mas estas pessoas têm necessidades de circulação particulares. O que está a ser feito pela organização da JMJ para garantir que conseguem deslocar-se entre os locais e participar nos eventos?
Até ao momento, estão inscritos cerca de 1.700 peregrinos e voluntários neste grupo, “sendo que alguns têm transporte próprio, outros precisam de transporte por parte da organização”, confirma à Renascença Carmo Diniz, responsável da JMJ pela área das pessoas com deficiência.
"Nesta fase do plano de mobilidade, ainda não é muito claro" como serão acauteladas estas necessidades especiais, mas a organização está a trabalhar para que os veículos de transporte próprio das pessoas inscritas com mobilidade reduzida ou deficiência motora “sejam acreditados e possam circular até à entrada dos recintos”.
Depois, o estacionamento será feito “num sítio que lhes seja destinado”. Também aqui a organização está a trabalhar para que estas pessoas tenham um parque de estacionamento mais próximo dos locais dos eventos.
Tanto o Parque Eduardo VII como o Parque Tejo têm “zonas de atenção à deficiência”, não só destinadas a pessoas com mobilidade reduzida ou deficiência motora, mas também adaptadas a pessoas com deficiências intelectual, invisuais e surdos.
Nestes espaços também estarão intérpretes de língua gestual e gesto internacional da organização e os que acompanharem os grupos, nas línguas oficiais da Jornada.
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A organização da JMJ garante que todos os locais do evento são acessíveis a todas as pessoas. Mas a organização só se pode preparar para aqueles que, tendo necessidades especiais, estejam inscritos.
No caso das pessoas que não se inscreveram, a organização confia nos transportes públicos da cidade que são adaptados a todas as pessoas.
Fonte da direção logística da JMJ disse à Renascença que “é normal que um voluntário caminhe uma média de 17 a 20 quilómetros por dia", com base no histórico de anteriores Jornadas. Mas uma pessoa com mobilidade reduzida ou deficiência motora dificilmente pode cumprir esta expectativa.
A circulação nos transportes públicos na cidade de Lisboa estará fortemente condicionada de 1 a 6 de agosto: a 1, 3 e 4, na zona do Parque Eduardo VII e nos dias 5 e 6, na zona do Parque Tejo.
Com o encerramento das estações de metro da Avenida da Liberdade nos primeiros dias da Jornada, as estações de metro mais próximas são Picoas, São Sebastião e Rossio. A estação de Picoas, a mais próxima das três, está a menos de um quilómetro da rotunda do Marquês e é ladeada por uma ciclovia, o que pode facilitar a circulação de cadeiras de rodas.
Já no Parque Tejo, a estação de metro mais próxima é a de Moscavide e a de comboio a do Oriente. A distância a percorrer entre estas estações e o Campo da Graça é superior a dois quilómetros.
Em ambos os casos, o desvio das linhas da Carris faz com que as carreiras que normalmente circulam junto dos locais da JMJ façam outros percursos nestes dias.
Sim. Tanto através do website do Metro de Lisboa como do sistema de dados abertos da WillEasy para a Voxpop é possível ver que escadas rolantes e elevadores estão a funcionar nas estações de metro.
A segunda é a primeira base de dados aberta sobre acessibilidade em transportes na União Europeia (UE) e é totalmente alimentada por utilizadores.
Quanto aos comboios e aos autocarros, ainda não está disponível nenhum serviço que permita saber com antecedência a acessibilidade das estações ou dos veículos.