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Obesidade infantil

Crianças estão a comer mais fruta, mas uma em cada três tem excesso de peso

27 jun, 2023 - 15:00 • Diogo Camilo , Salomé Esteves

Percentagem de crianças com obesidade sobe pela primeira vez em 15 anos. Passam mais de duas horas do seu dia de fim de semana no computador e o Algarve é a região onde as crianças mais brincam fora de casa. Estas são algumas das conclusões do estudo COSI Portugal, coordenado pelo Instituto Ricardo Jorge.

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Uma em cada três crianças tem excesso de peso e a percentagem de crianças com obesidade subiu pela primeira vez em 15 anos, indica inquérito coordenado pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.

Na sexta ronda do estudo COSI Portugal, que se realiza de três em três anos com inquéritos a alunos do ensino básico, a percentagem de crianças em situação de obesidade infantil subiu de 11,9% para 13,5%, enquanto a prevalência de crianças em excesso de peso infantil subiu 2,2 pontos percentuais (29,7% para 31,9%) - duas tendências que tinham vindo a baixar desde a criação do inquérito.

A última ronda do inquérito, em 2019, precedeu a pandemia. Alexandra Bento, bastonária da Ordem dos Nutricionistas, diz que "nós podemos compreender o porquê ou os porquês" desta evolução, mas ressalva que este aumento é muito preocupante porque reflete um retrocesso de dez anos nos dados.

"Os dados que hoje são tornados públicos são dados muito semelhantes àqueles que tínhamos em 2013. Portanto, se nós vínhamos a fazer um caminho progressivo de redução de excesso de peso e de obesidade, hoje perdemos e ao perdermos, está a perder a saúde da nossa população mais jovem, que são os adultos de amanhã". alerta Alexandra Bento.

É na região dos Açores que existe uma maior percentagem de crianças com excesso de peso (43%), enquanto o Algarve foi a região com menor prevalência de excesso de peso (27,7%).

À semelhança de anos anteriores, em 2021/2022 verificou-se que as situações de obesidade e excesso de peso aumentam com a idade: 35,3% das crianças de 8 anos apresentam excesso de peso, mais do que as crianças de 6 anos (29,8%).

Segundo o inquérito coordenado pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), dois terços das crianças consomem diariamente leite magro ou meio gordo e, no geral, comem mais carne (32,3%) do que peixe (20,6%). Sete em cada 10 crianças dizem comer fruta e legumes todos os dias, enquanto uma em cada quatro come doces quatro ou mais vezes por semana.

Entre 2019 e 2022, o consumo diário de fruta aumentou de 63,1% para 71,2% e o consumo de até 3 vezes por semana de refrigerantes açucarados diminuiu de 71,3% para 69,1%. Ao mesmo tempo, o consumo de cereais de pequeno-almoço aumentou de 41,5% para 45,8%.

Quanto a hábitos de atividade física, a maioria das crianças (69,2%) diz que vai de automóvel para a escola, verificando-se um cenário semelhante no regresso a casa (65,2%), enquanto apenas 20% vai a pé.

A grande maioria (72,5%) disse estar inscrita num clube desportivo e é no Algarve que existe um maior número de crianças inscritas (77,7%), mas também onde crianças brincam mais fora de casa - uma em cada três passa três ou mais horas por dia a brincar fora de casa.

Durante o fim de semana, mais de metade (64,4%) brinca cerca de três ou mais horas por dia fora de casa, mas o número de horas no computador aumentou para duas horas ou mais por dia. A grande maioria das crianças (98,3%) dormia mais de nove horas por dia.

Para este sexto inquérito do COSI Portugal foram inquiridas 6.205 crianças do 1.º ciclo do Ensino Básico, com idades entre os 6 e os 8 anos, durante o ano letivo de 2021/22.

Entre 2019 e 2022, as escolas portuguesas trabalharam para promover uma limentação mais saudável. Registou-se uma diminuição na oferta de alimentos e bebidas excessivamente salgados ou açúcarados, enquanto aumentou a oferta de fruta fesca e de vegetais. Nestas últimas categorias, a subida rondou os dez pontos percentuais.

A Bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, refere que o acompanhamento da alimentação das crianças, principalmente nas escolas e nas famílias, juntamente com a literacia alimentar é fundamental para garantir hábitos saudáveis sustentáveis a longo prazo.

"Não podemos ficar por aí. Nós sabemos que temos de aumentar o consumo de hortofrutícolas pelos mais jovens e, portanto, a disponibilidade destes junto dos locais onde as crianças estão, que são as escolas, é manifestamente importante. Mas também é insuficiente. Para além de termos de ter uma oferta saudável, também temos de fazer a vigilância desta oferta alimentar."

A grande maioria (72,5%) disse estar inscrita num clube desportivo e é no Algarve que existe um maior número de crianças inscritas (77,7%), mas também onde crianças brincam mais fora de casa - uma em cada três passa três ou mais horas por dia a brincar fora de casa.

Durante o fim de semana, mais de metade (64,4%) brinca cerca de três ou mais horas por dia fora de casa, mas o número de horas no computador aumentou para duas horas ou mais por dia. A grande maioria das crianças (98,3%) dormia mais de nove horas por dia.

Para este sexto inquérito do COSI Portugal foram inquiridas 6.205 crianças do 1.º ciclo do Ensino Básico, com idades entre os 6 e os 8 anos, durante o ano letivo de 2021/22.

Entre 2019 e 2022, as escolas portuguesas trabalharam para promover uma limentação mais saudável. Registou-se uma diminuição na oferta de alimentos e bebidas excessivamente salgados ou açúcarados, enquanto aumentou a oferta de fruta fesca e de vegetais. Nestas últimas categorias, a subida rondou os dez pontos percentuais.

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