26 abr, 2023 - 17:58 • Pedro Mesquita
A Câmara de Lisboa vai interromper as obras na Avenida de Lisboa durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), avança à Renascença o vice-presidente da autarquia, Filipe Anacoreta Correia.
A cerca de três meses da vinda do Papa a Portugal, a Renascença quis saber até que ponto as alterações introduzidas ao trânsito de Lisboa, na Baixa e na Zona Ribeirinha, podem complicar a mobilidade durante a Jornada Mundial.
A estimativa aponta para mais de um milhão de pessoas a circular na capital, de 1 a 6 de agosto.
O vice-presidente da autarquia sublinha que as obras são inevitáveis e, em alguns, casos inadiáveis. Quanto ao plano de tráfego e de mobilidade, visa melhorar a circulação, diz à Renascença Filipe Anacoreta Correia: “Se beneficia os lisboetas, também há de beneficiar, em última análise, os visitantes e os Jornada Mundial da Juventude”.
Até que ponto as obras em curso na baixa de Lisboa, e na zona ribeirinha, com todas as alterações anunciadas ao trânsito, vão ter impacto na mobilidade durante a Jornada Mundial da Juventude?
As obras estão em curso. As obras são o que são. Algumas são inevitáveis, como é o exemplo da Rua da Prata.
Ainda que sejam inevitáveis terão, ou não, impacto na mobilidade durante a Jornada Mundial da Juventude?
O que nós fizemos foi apresentar um plano de tráfego e de mobilidade que visa melhorar a circulação. Portanto, este plano não vem criar maiores obstáculos à circulação. Pelo contrário, vem criar respostas dizendo a todas as pessoas, que não têm como destino final esta zona, para a evitarem.
Ou seja, nós estamos a retirar carros desta zona, da frente ribeirinha e da baixa e, ao fazermos isso, estamos a melhorar a circulação nesta zona. Portanto, este plano de mobilidade, que é hoje inaugurado, é uma resposta que visa criar melhores composições de circulação na cidade de Lisboa.
Melhores condições para esse milhão de pessoas a mais, estimado para os dias da Jornada Mundial da Juventude?
Naturalmente que se beneficia os lisboetas, também há de beneficiar, em última análise, todos os visitantes e, nomeadamente, os da Jornada Mundial da Juventude. Como tenho dito, é um plano que pretende ser dinâmico. Nós estamos atentos e vamos monitorizando também este plano para ver em que medida é que ele está a ser bem-sucedido e vai ao encontro desta preocupação de melhorar a circulação nesta zona da cidade.
Mas as obras, tendo em conta que a Jornada Mundial da Juventude está aí à porta, não podiam ter sido suspensas, esta fase das obras?
Há muitas obras e, cada uma das obras, tem calendários e razões de ser e de urgência diferentes. Por exemplo, na obra de ampliação do Metro, aquilo que o Metro nos transmite é que tem que cumprir um calendário, que é um calendário bastante apertado, por causa do PRR.
Já a obra da Rua da Prata, ela é necessária porque colapsou o saneamento. Não é uma [obra] desejada, não é planeada. Tem que ocorrer agora porque nós precisamos do saneamento, e o saneamento colapsou. Portanto, há razões diferentes.
Há razões diferentes, mas a vinda do Papa Francisco é olhada como uma oportunidade única. Não vai ser abalada, de forma nenhuma, a mobilidade que foi pensada para a jornada?
Aquilo que nós estamos a fazer, por exemplo no caso do plano geral de drenagem, é que estamos a acomodar o plano de trabalhos também para adaptar à Jornada Mundial da Juventude. E aquilo que é a obra, o calendário de obra, por exemplo, na Avenida da Liberdade, que vai ser uma zona muito exposta à Jornada Mundial da Juventude, ela terá uma execução a acomodar precisamente a Jornada Mundial da Juventude. Portanto, sempre que for possível minorar o impacto destas obras na Jornada Mundial da Juventude, nós fá-lo-emos e este é um bom exemplo da Avenida da Liberdade onde nós interromperemos a obra, precisamente para causar o menor dano possível à Jornada Mundial da Juventude.