Defesa

Forças Armadas perdem cerca de 1.500 efetivos num ano

12 abr, 2023 - 06:30 • Liliana Monteiro , Salomé Esteves (Visualização)

Em 2021, os três ramos das Forças Armadas tinham 28.409 efetivos. Em 2022, esse número caiu para 26.957. Exército é o ramo com mais militares em voluntariado e Marinha está a cativar mais mulheres.

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No ano passado, candidataram-se aos vários ramos das Forças Armadas 8.342 pessoas. Destas apenas 2.539 acabaram por integrar a vida militar, menos que nos anos de 2020 e 2021, segundo dados fornecidos à Renascença pelo Ministério da Defesa Nacional (MDN), que apontam o “contexto pandémico” como explicação para estes valores.

“Dos três ramos, a Força Aérea é a que mais se destaca no esforço de recrutamento, mantendo valores estáveis ao longo dos últimos três anos. O Exército apresenta uma grande volatilidade, com os valores a subir em 2020 e 2021 e a decrescerem em 2022”, adianta o Ministério liderado por Helena Carreiras.

Quase menos 1.500 efetivos

Em 2021, os três ramos das Forças Armadas tinham 28.409 efetivos que, em 2022, caíram para 26.957, uma quebra de 1.452 militares. O Ministério da Defesa diz que esta descida está relacionada com o fim das medidas excecionais de prorrogação do prazo dos contratos no pós-pandemia, com a guerra na Europa e por causa dos baixos níveis de desemprego.

Os dados revelam ainda que é a Marinha quem tem mais militares no quadro permanente no ativo dentro da estrutura orgânica, e como é o único dos três ramos a ter quadros permanentes na categoria de praças, apresenta um total de 5.484 militares, contra os 4.723 do Exército e os 3.051 da Força Aérea.

Já em matéria de efetivos em regime de voluntariado/regime de contrato, o Exército é o ramo que tem mais militares nessas condições, ao todo 5.276.

Em 2022 eram 4.500 praças, 494 sargentos e 282 oficiais. Segue-se a Força Aérea (1.499) e por fim a Marinha (590).

Analisando os efetivos militares no quadro permanente por género, a Marinha surge como o ramo que mais cativa as mulheres, num total de 687, seguida da Força Aérea com 605 e do Exército com 342.

Os números da formação

As estatísticas revelam que 2022 trouxe um aumento de militares em formação para quadros permanentes e uma redução nos voluntários e contratados.

No ano passado houve mais 50 pessoas em formação para ingresso nos quadros permanentes e menos 396 em formação para regime de voluntariado ou contrato.

Diz o ministério de Helena Carreiras que para fazer face a este desafio estão a ser tomadas diversas medidas como “a revisão do Plano de Ação para a Profissionalização do Serviço Militar, na qual está contemplada a implementação do Quadro Permanente de Praças no Exército e Força Aérea, que se encontra em processo final de aprovação legislativa em sede de governo; o alinhamento dos sistemas de formação das Forças Armadas com o Sistema Nacional de Qualificações; a melhoria da habitabilidade das unidades militares ou a revisão das Tabelas de Inaptidão e Incapacidade, que terão um impacto positivo no recrutamento, visto que alargam o leque de pessoas recrutáveis em função das atuais missões das Forças Armadas”.

Apesar da Renascença ter solicitado ao Ministério da Defesa Nacional dados de anos anteriores que permitissem uma avaliação real da evolução de efetivos nas Forças Armadas, os elementos fornecidos reportam apenas a 2021 e 2022.

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  • Miguel Silva Machado
    12 abr, 2023 Torres Vedras 09:02
    E qual é afinal o número de militares por cada ramo? Julgo que seria interessante saber. Assim não se percebe a dimensão relativa de cada um nem a evolução.
  • Digo
    12 abr, 2023 Eu 08:59
    A vida castrense é uma vida de dedicação e sacrifício e hoje em dia, muito poucos estão dispostos a isso. E com as condições financeiras e não só do serviço, menos ainda há.

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