CONCURSO ENSINO SUPERIOR 2021/2022

Ensino Superior. Número de candidatos que falha colocação atinge máximo desde 2002

26 set, 2021 - 00:00 • Joana Gonçalves

Na primeira fase do concurso de acesso ao Ensino Superior ficaram por preencher 6.393 vagas – mais 343 do que em 2020. Mais de 14 mil candidatos não conseguiram garantir colocação.

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A primeira fase do concurso de acesso ao Ensino Superior público garantiu a colocação de 49.452 novos alunos nas universidades e politécnicos portugueses. Um valor que representa uma quebra de 3% face a 2020, depois de dois anos consecutivos de crescimento.

Apesar do decréscimo no número de colocados, o total de estudantes a concurso atingiu o valor mais alto, desde 1996. Foram 64.004 os candidatos que concorreram ao ensino superior. Um número que pode ajudar a justificar os mais de 14 mil candidatos que não conseguiram garantir colocação. Desde 2002, último ano para o qual há dados disponíveis, que este valor não era tão elevado.

Por preencher ficaram 6.393 vagas iniciais, mais 343 do que em 2020. A Escola Superior de Tecnologia e de Gestão de Bragança é aquela que soma mais lugares por preencher (544).

Os resultados hoje divulgados pela Direção-Geral do Ensino Superior podem ser consultados aqui, ou através da aplicação ES Acesso, disponível nas plataformas iOS e Android.


Diminui número de cursos com ocupação total

Cerca de 45% dos 1.070 cursos disponíveis nas universidades e politécnicos portugueses não deixaram qualquer vaga por preencher na primeira fase.

Foram 484 os cursos sem quaisquer vagas sobrantes, um valor inferior ao registado em 2020 (765) e 2019 (702).

Já o número de cursos sem colocados aumentou e fixou-se nos 38. O Instituto Politécnico de Bragança é, uma vez mais, a instituição de ensino com mais cursos com zero colocações (onze).

Engenharia Informática parece ser o curso menos atrativo para os estudantes portugueses, com 520 vagas sobrantes, o máximo nacional. Seguiram-se Engenharia Civil (446), Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (340), Engenharia Mecânica (247) e Educação Básica (206).

No total de vagas sobrantes por área de estudo, a Engenharia e técnicas afins volta a surgir no topo com 2.390 lugares que transitam para a segunda fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior.

Informação e Jornalismo, Direito, Ciências Veterinárias e Serviços de Transportes são as únicas áreas de estudo sem vagas por ocupar.


Maioria ainda opta pela universidade

Dos mais de 49 mil estudantes colocados na primeira fase, 63% vão ingressar numa universidade. Um valor que supera em 3% o número registado em 2020.

Os dados da Direção-Geral do Ensino Superior dão conta de 31.463 colocados no ensino universitário e 17.989 no politécnico.

A tendência de preferência pelas universidades repete-se em relação ao ano anterior.

Metade garante entrada na primeira opção

Num concurso em que o candidato é colocado com base numa ordem de preferência de seis opções - isto é, o candidato só avança para a segunda escolha caso não consiga entrar na primeira - metade garantiu a entrada na primeira opção.

Este valor aproxima-se do resgistado no ano passado, quando 50,15% dos candidatos foram colocados na primeira escolha.

Engenharia aeroespacial com melhor média nacional

O curso de Engenharia aeroespacial do Instituto Superior Técnico garantiu a mais alta nota do último colocado com 19,05 valores. Seguiu-se o curso de Medicina do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto (19,03 valores) e Engenharia e Gestão Industrial (18,98) da Faculdade de Engenharia da mesma universidade.

Em último lugar na lista de colocações surge o curso de Enologia (95,0) da Universidade de Évora. Pode consultar os resultados completos da primeira fase de acesso nesta página da Renasceça.

A apresentação da candidatura à segunda fase do concurso nacional de acesso ao Ensino Superior público de 2021 arranca a 27 de setembro e decorrerá até 8 de outubro.

As vagas ocupadas na primeira fase do concurso em que não se concretizou a matrícula e inscrição são divulgadas no dia 7 de outubro no site da Direção-Geral do Ensino Superior.

Podem concorrer à segunda fase do concurso:

  • Os candidatos à primeira fase não colocados;
  • Os candidatos colocados na primeira fase que pretendam concorrer de novo (se estes estudantes forem colocados na segunda fase, a colocação na primeira fase, bem como a matrícula e inscrição que realizaram, são anuladas);
  • Os candidatos que, embora colocados na primeira fase, não procederam à respetiva matrícula e inscrição;
  • Os estudantes que, embora reunindo condições de candidatura no prazo de apresentação das candidaturas à primeira fase, não se apresentaram;
  • Os estudantes que só reuniram as condições de candidatura após o fim do prazo de apresentação das candidaturas à primeira fase

Os resultados da segunda fase do concurso nacional de acesso são divulgados no dia 14 de outubro.

A Direção-Geral do Ensino Superior estima que se inscrevam no ano letivo que agora se inicia mais de 100 mil novos estudantes.

As estimativas apontam para 82 mil novos estudantes no ensino superior público, incluindo cerca 51 mil colocados quando concluídas as três fases do concurso nacional de acesso.

São, ainda, esperados cerca de 31 mil estudantes por outras vias de ingresso no ensino superior público, incluindo cerca de 8 mil em formações curtas de âmbito superior, isto é, cursos técnicos superiores profissionais.

Por fim, cerca de 19 mil estudantes deverão ingressar no ensino superior privado no ano letivo 2021/ 2022.

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