Boletim Covid-19: 8 de maio

Ir à Igreja só de máscara. Guterres denuncia "tsunami de ódio e xenofobia"

08 mai, 2020 - 21:30 • Redação

Cá, o primeiro-ministro não quer ser dependente do “mercado internacional selvagem” de ventiladores – e garante que Portugal se prepara para os produzir. Já no Brasil, a secretária da Cultura de Jair Bolsonaro, Regina Duarte, desvaloriza a morte em geral, na ditadura como na pandemia: “Não vive quem fica arrastando cordéis de caixões.”

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PORTUGAL

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  • Portugal ainda não sabe quantas pessoas foram testadas à Covid-19. Já foram realizados mais de meio milhão de testes de diagnóstico, anunciou esta sexta-feira o secretário de Estado da Saúde. Contudo, António Lacerda Sales reconheceu que meio milhão de testes não equivalem a meio milhão de infetados, dado que várias pessoas são testadas mais do que uma vez.
  • No hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, a retoma dos cuidados de saúde está a ser feita de forma gradual. Mas engana-se quem pensar que será rápida ou simples. “Enquanto houver Covid-19 nada será como antes”, alerta o diretor clínico Taveira Gomes à Renascença.
  • As creches reabrem, mas a DGS adverte que o seu regresso tem riscos. Pais e educadores têm pela frente um desafio nunca visto – e as crianças também. O Luís Aresta explica-lhe tudo o que as famílias e os educadores precisam de saber
  • Mas o que também disparou na pandemia foi a solidariedade. Foram doados mais de 34 milhões de euros em Portugal, a maioria para comprar ventiladores. Mais de um terço do valor foi doado por fundações, mas a solidariedade chega de variadas áreas: associações empresariais, indústria, desporto, media, ou grupos religiosos.
  • E se não houver Festa do Avante este ano? "Não é um drama.” Os comunistas dizem-se "empenhados" na organização do habitual regresso político após a pausa de verão, em setembro, mas se a pandemia estragar os planos nem sequer será inédito não haver. E não querem voltar a estar debaixo de críticas como aconteceu com o Dia do Trabalhador.
  • José Rentes de Carvalho completa 90 anos de idade no próximo dia 15. O autor, que vive entre a Holanda e Mogadouro, entrevistado pela Renascença, fala de quase tudo. E também da Covid-19. Assim: “O confinamento já não me assusta coisa nenhuma – e o vírus também não me assusta. Se vier, vem, se me matar, matou. Não me importa. O que me assusta enormemente, de um modo que me tira a respiração, é a maneira como, em todo o mundo, os cidadãos aceitam a falta de liberdade. Se um dia destes um Governo anunciar que há um enorme perigo e que vem aí outro vírus, as pessoas dizem adeus à liberdade, não querem saber de nada! É um medo tão estranho. As pessoas saíram de si, não pensam no futuro, na tragédia que pode ser uma ditadura. Perdemos a liberdade em três ou quatro dias e ninguém se queixa. Fico assutado. Isso para mim é tão estranho e tão fora do natural, que me pergunto se o mundo endoideceu?! E tenho medo, acredite que tenho medo!"

MUNDO

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  • Dizer-se que foi uma entrevista polémica é pouco. À CNN, a secretária da Cultura do Governo de Jair Bolsonaro, a atriz Regina Duarte, desvalorizou a ditadura militar brasileira, garantindo que “tortura sempre houve”. “Ficar cobrando coisas que aconteceram nos anos 60, 70 ou 80… Gente: vamos embora para a frente”, afirmou Regina Duarte. Ao ser relembrada de que no período da ditadura “muita gente morreu”, a secretária da Cultura retorquiu: “Na Humanidade não pára de morrer gente. Se fala vida, do outro lado tem morte. Porquê olhar para trás?” Ainda segundo Regina Duarte, a propósito de morte e da pandemia que matou, pelo menos, 9.637 brasileiros, “não vive quem fica arrastando cordéis de caixões, tem uma morbidez insuportável que o Covid está trazendo, não está legal”.

Os números da Covid-19 no mundo:



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