Alunos já não voltam à escola (com exceções). Eurogrupo aprova injeção de 500 mil milhões
09 abr, 2020 - 21:00 • Redação
Na saúde, Portugal está a fazer testes à Covid-19 como nunca antes, mas os médicos lançam farpas ao Governo. Enquanto isso, o país prepara os primeiros ensaios clínicos com plasma de doentes já curados. Lá fora, Boris Johnson melhorou e um estudo veio alertar: a distância social de 1,5 metros recomendada pelas autoridades de saúde é insuficiente para impedir o contágio.
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Segundo o boletim diário da Direção-Geral de saúde, Portugal regista 409 mortos (mais 29 óbitos face a quarta-feira) e 13.956 infetados (mais 815). A região Norte é a que regista o maior número de mortos (224), seguida da região Centro (104), da região de Lisboa e Vale do Tejo (72) e do Algarve, com oito mortos. O boletim dá esta quarta-feira conta de um óbito nos Açores. A maioria das vítimas mortais continua a ter 70 anos ou mais. O relatório revela também que 3.801 casos aguardam os resultados dos testes laboratoriais e quase 25 mil pessoas estão sob vigilância das autoridades sanitárias.´
Depois de semanas com dádivas muito abaixo do desejável, as reservas de sangue estão, nesta altura, a níveis confortáveis e estáveis. O quadro é traçado à Renascença pela presidente do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), Maria Antónia Escoval. A presidente do IPST diz também que os ensaios clínicos para avaliar os tratamentos com recurso a plasma de doentes curados devem arrancam "muito em breve". Maria Antónia Escoval explica que “Portugal tem já desenvolvido o procedimento para colheita de plasma convalescente, o que significa que a primeira fase deste processo está terminada e já estão identificados os locais onde poderá ser feita esta colheita”. “A segunda fase será de elaboração de protocolos para ensaios clínicos. E é nessa fase que estamos”, sublinha.
A terminar, uma polémica: o festival de música TV Fest, uma iniciativa do Ministério da Cultura que deveria ter início esta quinta-feira, foi suspenso, na sequência das dúvidas e críticas que surgiram no setor, e será repensado, disse a ministra Graça Fonseca. Na base das críticas estava uma petição que reuniu mais de 15 mil assinaturas em menos de 24 horas, dirigida ao Presidente da Assembleia da República. “Não cabe ao Estado criar eventos de cultura”, lê-se no texto da petição “Pelo cancelamento imediato do festival TV Fest”.
E enquanto a maioria cumpre as ordens de confinamento, há quem continue a trabalhar todos os dias para garantir que temos comida na mesa."Limpa-nos a alma saber que ajudamos as pessoas", diz uma dessas trabalhadoras à Renascença.
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Depois de várias reuniões infrutíferas, o Eurogrupo “superou
as diferenças” (Mário Centeno
dixit) e aprovou esta quinta-feira pacote de medidas
“sem precedentes” para responder à crise económica provocada pela pandemia de
Covid-19. Ao todo,
está prevista a injeção de mais de 500 mil milhões de euros na economia, dividida por apoios ao emprego, às empresas e aos Estados-membros. Portugal
poderá aceder a 4.500 milhões. Mas o presidente do Eurogrupo advertiu: “Estes
fundos têm de ser diretamente usados para cuidados de saúde e cuidados
relacionados com a pandemia. Centeno terminou a conferência de imprensa pós-reunião
dos ministros das Finanças da União Europeia dizendo-se “orgulhoso” de
ser o presidente do Eurogrupo, que soube “reagir rapidamente” e definiu hoje
medidas para enfrentar “uma crise totalmente inesperada”.
Na quarta-feira, o Presidente norte-americano, Donald Trump, garantiu que o combate contra à pandemia estava a correr melhor do que estavam à espera e que em breve tudo voltará ao normal. Mas hoje a ABC News avançou que a Casa Branca terá sido informada sobre a existência de um novo coronavírus no final de novembro do ano passado. Os serviços secretos norte-americanos intercetaram mensagens na China e perceberam que um vírus estava a varrer a região de Wuhan, mudando os padrões de vida e de negócios, e constituindo uma ameaça para a população. Foi elaborado um relatório, entregue em novembro à administração Trump, no qual se alertava para o que poderia ser um "acontecimento cataclísmico", refere a ABC, citando fontes que tiveram acesso aos documentos entregues ao Governo de Washington. Certo é que os avisos terão sido desvalorizados, preferindo Donald Trump apontar o dedo à China e, agora, acusar a Organização Mundial da Saúde de se ter “enganado” na análise à Covid-19.
No Reino Unido, o primeiro-ministro Boris Johnson saiu esta quinta-feira dos cuidados intensivos. “O primeiro-ministro foi transferido esta noite dos cuidados intensivos para a enfermaria, onde vai ter um acompanhamento cuidadoso durante a fase inicial da sua recuperação. Ele está extremamente animado”, avançou um porta-voz do Governo. Boris Johnson estava desde segunda-feira à noite nos cuidados intensivos do Hospital St. Thomas, em Londres, depois de ter sido internado no domingo "por precaução” para fazer testes por continuar com “sintomas persistentes ao fim de 10 dias”.
Em Itália, por sua vez, a situação não parece abrandar: foram ultrapassadas as 18 mil mortes (registaram-se 610 óbitos nas últimas 24 horas) pela Covid-19 e novos contágios voltaram a subir: são agora 143.626, mais 4.204 em comparação com quarta-feira, indicou o chefe da Proteção Civil italiana, Angelo Borrelli.
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