22 nov, 2016 - 16:23 • Manuela Pires
O Ministério da Educação vai mudar a forma como se elaboram os “rankings” das escolas. O Governo entende que comparar apenas as notas dos exames é muito pobre e, por isso, decidiu introduzir novos critérios de avaliação.
Um dos novos critérios tem em conta o percurso dos alunos ao longo do ensino secundário, o que vai permitir verificar o trabalho que a escola fez para melhorar o desempenho de cada um ao longo dos três anos.
O secretário de Estado da Educação, João Costa, diz à Renascença que, com os novos indicadores, o topo das tabelas vai mudar, "desfazendo a ideia de que há um sector privado que tem excelentes resultados e o sector público no fundo da tabela".
O portal InfoEscolas tem, desde esta terça-feira, novas informações que permitem perceber melhor o trabalho desenvolvido pelas escolas, se há problemas no ensino de determinadas disciplinas ou a evolução dos alunos em relação à média nacional.
Com os novos critérios, diz o governante, esperam-se mudanças nas tabelas.
"Quando simulamos a aplicação dos percursos directos de sucesso, escolas que, ano após ano, aparecem no número 300 do ranking, subitamente, estão no topo da tabela, porque fazem um trabalho de progressão muito maior, porque não seleccionam alunos”, diz. Há também “muitas escolas que estavam no topo e que se mantêm, mas obtém-se “uma mancha muito mais rica e diversificada entre sector público e sector privado”.
"É um indicador que avalia com alunos comparáveis. Se os alunos têm nota positiva nos exames depois de um histórico de não retenção, isto valoriza a avaliação interna, não premeia o chumbo e, ao mesmo tempo, não premeia a selecção de alunos porque estamos a comparar alunos comparáveis”, elabora.
João Costa exemplifica: uma escola que recebe alunos de nível 10 e que os leva a um 17 é uma escola muito melhor do que uma que recebe alunos de 15 valores e os leva ao 17.
Mais disciplinas avaliadas
Há mais novidades este ano. O Governo acredita que as novas variáveis vão melhorar a comparação entre as escolas e acrescenta disciplinas na avaliação, que deixa de estar cingida apenas o Português e a Matemática.
“Não conhecemos o ensino da História [ou] da Físico-Química em Portugal e precisamos de dados sobre isso. O processo já foi iniciado com as provas de aferição e, como já há exames nessas disciplinas, vamos mais longe com esta cobertura. Se detectarmos um problema nacional com uma disciplina específica, podemos canalizar recursos”, explica João Costa.
De acordo com o secretário de Estado da Educação, um dos objectivos destas alterações é diminuir as taxas de retenção que ainda continuam elevadas em Portugal.