14 nov, 2024 - 03:04 • Miguel Marques Ribeiro
Os comunicados sucedem-se na página pessoal de Donald Trump, no Truth Social. Um após o outro, os nomes que se vão juntar ao presidente eleito na Administração americana começam a ser conhecidos.
Na Team Trump, há antigos rivais convertidos ao "trumpismo", peças chaves da sua candidatura à Casa Branca, como o empreendedor Elon Musk, conhecidos defensores de políticas conservadoras e leais seguidores.
Eis as primeiras escolhas para alguns dos principais cargos de supervisão da defesa, inteligência, diplomacia, comércio, imigração e formulação de políticas económicas.
Matt Gaetz é o nome para o importante cargo de procurador-geral dos Estados Unidos e para "restaurar a fé e a confiança bastante abalada dos americanos no Departamento de Justiça", anunciou o Presidente eleito.
O congressista republicano, de 42 anos, considerado um “ultra” de Donald Trump, é a escolha mais polémica, até agora.
O homem que poderá liderar a Justiça dos Estados Unidos - o nome ainda terá de ser aprovado pelo Senado - já foi investigado num caso de tráfico sexual e de uso ilícito de drogas, que foi arquivado sem acusações.
Também espalhou notícias falsas sobre o ataque ao Capitólio e convidou um negacionista do Holocausto de extrema-direita para o discurso presidencial do Estado da Nação, no Congresso. Matt Gaetz é um crítico feroz do Departamento de Justiça e já defendeu o fim do FBI.
O senador da Flórida Marco Rubio vai ser o primeiro latino a servir como principal diplomata dos Estados Unidos.
O novo secretário de Estado, de 53 anos, tem defendido uma política externa vigorosa em relação aos inimigos geopolíticos dos EUA, incluindo a China, o Irão e Cuba.
Antigo rival do novo Presidente (concorreu contra ele nas primárias republicanas de 2016), Rubio suavizou algumas das suas posições, ao longo dos últimos anos, para se alinhar mais estreitamente com as opiniões de Trump.
Com a sua nomeação, pode estar em causa a continuação do apoio americano à Ucrânia nos moldes praticados até agora. Tal como Trump, Rubio tem defendido uma política externa menos intervencionista.
O polémico Robert F. Kennedy Jr., um negacionista antivacinas que espalhou desinformação durante a pandemia de covid-19, é a escolha do Presidente eleito para liderar o Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS, na sigla inglesa).
O próximo "ministro" da Saúde dos EUA candidatou-se às eleições presidenciais de 5 novembro, mas acabou por desistir a favor de Donald Trump e conseguiu um lugar na nova Administração.
Kennedy Jr. foi criticado por fazer alegações médicas falsas, incluindo que as vacinas estão ligadas ao autismo, e presidente a uma associação que se dedica a propagar mensagens anti-vacinas.
O aliado de Trump é contra o flúor na água canalizada e defende a ingestão de leite não-pasteurizado. Também promete enfrentar as grandes farmacêuticas e a indústria agro-alimentar.
Antiga congressista democrata pelo Havai, Tulsi Gabbard mudou de família política nos últimos anos e foi agora nomeada para diretora Nacional de Inteligência. Se a escolha for confirmada pelo Senado, agências como a CIA, o FBI e a NSA vão ficar sob a sua alçada.
Antiga militar sem experiência na área das Secretas, Tulsi Gabbard tem sido acusada de ser próxima de posições russas e realizou uma viagem secreta à Síria para se encontrar com o Presidente Assad, aliado do Irão e da Rússia.
Sobre a invasão da Rússia à Ucrânia, a futura diretora das secretas escreveu nas redes sociais: “Está na altura de colocar a geopolítica de lado e abraçar o espírito de aloha” e defendeu que Kiev devia ser neutral. “Esta guerra poderia ser facilmente evitada se a Administração Biden e a NATO tivessem reconhecido as legítimas preocupações de segurança da Rússia”, frisou.
Um coronel reformado do Exército que se destacou como um dos principais críticos da China. É é este o perfil de Mike Waltz, o deputado republicano que vai assumir as funções de conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos a partir de 20 de janeiro do próximo ano.
"Ike" Waltz é um dos nomes leais a Trump. Com 50 anos, este antigo "boina verde", que também serviu na Guarda Nacional como coronel, criticou a atividade chinesa na Ásia-Pacífico e expressou a necessidade de os EUA estarem preparados para um potencial conflito na região.
O conselheiro de Segurança Nacional desempenha um papel poderoso, que não requer confirmação do Senado. Waltz será responsável por informar Trump sobre as principais questões de segurança nacional e pela coordenação com diferentes agências.
Ao criticar a administração Biden pela desastrosa retirada do Afeganistão em 2021, Waltz elogiou publicamente as opiniões de Trump em matéria de política externa.
Tom Homan, diretor interino de Imigração e Fiscalização Aduaneira durante a primeira administração de Trump, será responsável pelas fronteiras do país.
Trump fez da repressão da imigração ilegal uma das principais bandeiras da sua campanha, prometendo deportações em massa.
Homan, de 62 anos, garantiu na segunda-feira que iria dar prioridade à deportação ilegal de imigrantes nos EUA que representassem ameaças à segurança e proteção, bem como aos que sejam encontrados em locais de trabalho.
Kristi Noem chegou a estar na lista para vice-presidente - JD Vance ficou com o lugar -, mas acabou agora nomeada por Trump para Secretária da Segurança Interna.
A governadora do Dacota do Norte, de 52 anos, vai ficar responsável pela segurança dos EUA, incluindo as fronteiras, terrorismo, resposta a situações de emergência e ciberataques.
Kristi Noem ficou conhecida por recusar impor o uso de máscaras em locais públicos durante a pandemia de covid-19 e, recentemente pela polémica autobiografia, em que admitiu que abateu a tiro um cão da família por ser “imprevisível”.
Trump nomeou na terça-feira o bilionário da tecnologia Elon Musk e Vivek Ramaswamy, um antigo candidato presidencial republicano, para liderar um recém-criado Departamento de Eficiência Governamental. São assim recompensandos dois dos seus mais conhecidos apoiantes do setor privado.
O objetivo, garante Trump, é reduzir a burocracia governamental, reduzir o excesso de regulamentos, reduzir o desperdício e reestruturar as agências federais.
A meta de Elon Musk, dono da Tesla e da rede social X, é cortar em um terço o orçamento dos Estados Unidos.
Trump anunciou na semana passada que Susie Wiles, um dos seus dois diretores de campanha, será o seu chefe de gabinete na Casa Branca.
Wiles, de 67 anos, foi um dos gestores principais da campanha de Trump e é elogiada por ter conduzido uma campanha bem-sucedida e eficiente.
Os apoiantes esperam que ela incuta um sentido de ordem e disciplina que muitas vezes faltou durante o primeiro mandato de quatro anos de Trump, que nomeou vários chefes de gabinete ao longo do mandato.
Trump anunciou na terça-feira o nome de Pete Hegseth para seu secretário da Defesa.
Hegseth é um militar veterano que se notabilizou como comentador da Fox News.
Se for confirmado pelo Senado, poderá cumprir as promessas de campanha de Trump de livrar os militares norte-americanos de generais favoráveis a políticas inclusivas e progressistas nas forças armadas, contra os conservadores se mobilizaram.
Trump anunciou na segunda-feira que nomeou Zeldin, um antigo congressista do estado de Nova Iorque, como administrador da Agência de Proteção Ambiental.
Zeldin, de 44 anos, um forte aliado de Trump, fez parte do Congresso entre 2015 e 2023. Em 2022, perdeu a corrida para governador de Nova Iorque para a atual democrata Kathy Hochul.
Trump prometeu rever a política energética dos EUA, com o objetivo de maximizar a já elevada produção de petróleo e gás do país, revertendo as regulamentações e acelerando as licenças.
Apesar desta longa lista, ainda há algumas posições importantes por preencher: é o caso do secretário do tesouro e do comércio. Os nomes deverão ser conhecidos nos próximos dias.
Donald Trump vai ser investido como 47.º presidente dos Estados Unidos no dia 20 de janeiro.
Donald Trump convidou a leal deputada republicana Elise Stefanik para ser a próxima embaixadora norte-americana junto das Nações Unidas.
Autodenominada uma "Ultra MAGA", Elise Stefanik é atualmente a líder dos deputados republicanos na Câmara dos Representantes e uma defensora acérrima de Israel.
[notícia atualizada]