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Resultados finais

Parlamento tripartido em França. Aliança de esquerda vence, extrema-direita em terceiro

08 jul, 2024 - 01:01 • Ricardo Vieira , Diogo Camilo (infografia) , Beatriz Pereira , André Rodrigues , Eva Massy, correspondente da Renascença em Paris

Segunda volta das eleições legislativas trouxe surpresa nos resultados. Apontada à vitória, a União Nacional ficou-se pelo último lugar do pódio. Ensemble, movimento do Presidente Emmanuel Macron, resistiu e conseguiu o segundo lugar.

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A aliança de esquerda Nova Frente Popular (NFP) venceu a segunda volta das eleições legislativas deste domingo em França, sem maioria absoluta. Apontada à vitória pelas sondagens, a União Nacional, de Marine Le Pen e Jordan Bardella, não foi além do terceiro lugar.

Numa altura em que estão apenas três mandatos por atribuir, a NFP, coligação liderada por Jean-Luc Mélanchon, da França Insubmissa, ganhou com 32%. Conquista pelo menos deputados 181 dos 577 deputados da Assembleia Nacional.

Para alcançar a maioria absoluta são precisos 289 assentos no Parlamento de Paris.

Em segundo lugar, com 27%, ficou o Juntos (Ensemble). Esta aliança, que conta com o partido Renascimento, do Presidente Emmanuel Macron, garante pelo menos 166 deputados. Nas eleições legislativas de 2022, o Juntos tinha vencido com 237 assentos (37,7%).

Vencedora da primeira volta disputada na semana passada, a União Nacional, de extrema-direita, fica em terceiro lugar. Obtém 24,5% dos votos e pelo menos 143 mandatos.

Apesar de falhar o triunfo nestas legislativas, a União Nacional ganha 54 deputados em relação às eleições de 2022.

Os Republicanos, de direita, garantem 44 deputados, o equivalente a 7,6% dos votos nesta segunda volta das eleições legislativas antecipadas pelo Presidente Macron, após a vitória da extrema-direita nas eleições europeias de 9 de junho.

Cenários pós-eleitorais num Parlamento tripartido

No atual cenário, em que nenhum partido alcançou a maioria absoluta, colocam-se várias hipóteses em cima da mesa.

A Nova Frente Popular pode tentar formar um entendimento com alguns deputados e formar um Governo.

Se não conseguir, uma outra coligação pode emergir, entre o campo centrista do Presidente Macron e os Republicanos, de direita.

Para entender a complexidade desta situação é necessário notar que em França vigora um sistema semipresidencial, em que o Presidente é também chefe de Governo e divide essa função com o primeiro-ministro. Quando são de partidos diferentes, têm de "coabitar", ou seja, chegar a consensos.

O líder da Nova Frente Popular, Jean-Luc Mélenchon desafia Emmanuel Macron a “deixar a Nova Frente Popular governar”.

No discurso da vitória na segunda volta das legislativas francesas, Mélenchon, líder do partido França Insubmissa, clarificou que “nenhum arranjo será aceitável” e que a Nova Frente Popular tenciona implementar “todo o seu programa e não uma parte dele”.

O Presidente francês, Emmanuel Macron pede “cautela” perante os resultados da segunda volta das eleições legislativas francesas.

É a posição expressa pelo Palácio do Eliseu que, ao início da noite deste domingo, informou que o Presidente francês não vai reagir, por agora, às eleições para a Assembleia Nacional francesa.

Fonte do staff presidencial francês, citada pelo jornal Le Figaro, refere que Macron quer “saber quem pode ser responsável pela formação de governo e congratula-se com o facto de o bloco central estar muito vivo depois de sete anos no poder”.

“Prudência e análise dos resultados: a questão é quem vai governar a partir de agora e alcançar a maioria”, sublinha fonte do Eliseu.

Mélenchon desafia Macron. "Curve-se e admita a derrota, sem tentar contorná-la"
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