13 jun, 2022 - 20:12 • João Malheiro
No 110.º dia de guerra o presidente da Finlândia alertou que a Rússia está a usar "armas de destruição massiva" contra a Ucrânia.
Ao final da tarde desta segunda-feira, foi destruída a última ponte que ligava Severodonetsk ao resto da Ucrânia, mas as tropas russas ainda não tomaram controlo total da cidade.
A Renascença resume os principais momentos de mais um dia de conflito.
O presidente da Finlândia, Sauli Niinistö, avisou que a Rússia está a usar armas termobáricas - uma bomba que usa o oxigénio ao ser redor para gerar uma explosão de grande magnitude e temperatura - contra a Ucrânia.
Aos jornalistas, o chefe de Estado do país nórdico explica que estas armas são de "destruição massiva".
"Nós vamos continuar a apoiar a Ucrânia com armamento cada vez mais pesado", promete, ainda, Niinistö.
A última ponte que ligava a cidade de Severodonetsk ao resto da Ucrânia foi destruída esta segunda-feira, segundo indica o governador da região, Serhiy Haidai.
O governador dá conta que as tropas russas ainda não capturaram a cidade.
Segundo o mesmo, os cidadãos que se mantêm na cidade estão a sobreviver em condições "de extrema dificuldade".
Há semanas, que Severodonetsk é o alvo principal dos bombardeamentos russos na Ucrânia. Os relatórios conhecidos sugerem que cerca de 70% da cidade está sob controlo russo, com as forças ucranianas “empurradas” do centro da cidade durante o fim de semana.
A captura das duas “cidades gémeas” daria à Rússia o controlo de toda a região de Luhansk, um importante foco industrial. Muitas partes desta região já são controladas por separatistas apoiados por Moscovo.
A polícia ucraniana diz que encontrou os corpos de sete civis numa vala comum na aldeia de Myrotske, perto de Bucha.
O chefe da polícia da região de Kiev, Andrii Niebytov relata que grande parte das vítimas "tinham as mãos atadas e os joelhos feridos a tiro" e indiciavam sinais de tortura.
A vala foi encontrada perto da cidade de Bucha, onde muitos civis foram encontrados mortos, alegadamente torturados por forças pró-russas.
A Amnistia Internacional (AI) acusou a Rússia de cometer crimes de guerra na cidade ucraniana de Kharkiv, ao utilizar bombas de fragmentação, de uso proibido, que mataram centenas de civis, indica hoje um relatório daquela organização não-governamental.
Num relatório intitulado "Qualquer um pode morrer a qualquer momento", a AI condena ataques indiscriminados das forças russas em Kharkiv, que causaram morte e destruição generalizadas durante bombardeamentos realizados a bairros residenciais no final de fevereiro.
Na investigação, a AI diz que encontrou fortes evidências de que as forças russas usaram repetidamente munições "cluster 9N210 e 9N235", bem como explosivos de dispersão, ambas proibidas por tratados internacionais, devido aos seus efeitos indiscriminados.
"O povo de Kharkiv enfrentou bombardeamentos indiscriminados e implacáveis nos últimos meses, que mataram e feriram centenas de civis", disse Donatella Rovera, responsável da AI, acrescentando "Pessoas morreram nas suas casas e nas ruas, em parques infantis e cemitérios, enquanto faziam fila por ajuda humanitária ou compravam comida ou remédios".