02 jun, 2022 - 20:15 • João Malheiro
No 99.º de guerra, o presidente da Ucrânia indica que a Rússia poderá ter conseguido o controlo de 20% do país.
O chefe de Estado ucraniano acusou ainda a Rússia de levar à força mais de 200 mil crianças.
Depois de muito dias de combate, a Rússia terá assumido controlo da cidade de Severdonetsk.
A Renascença resume os principais momentos de mais um dia de conflito.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, admitiu esta quinta-feira numa intervenção por vídeo no parlamento do Luxemburgo, que a Rússia controla cerca de 20% do território da Ucrânia, cerca de 125.000 quilómetros quadrados.
"Hoje, cerca de 20% do nosso território está sob o controlo dos ocupantes, quase 125.000 quilómetros quadrados. É muito mais do que a área de todos os países do Benelux juntos", disse Zelensky, referindo-se ao grupo formado por Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo.
Na mensagem distribuída pela Presidência ucraniana e citada pelas agências espanhola EFE e francesa AFP, Zelensky disse que, em comparação, as forças russas controlavam cerca de 43 mil quilómetros quadrados antes da invasão de 24 de fevereiro.
Zelenskiy referia-se à anexação russa da península da Crimeia, em 2014, quando também começou uma guerra separatista em Donetsk e Lugansk, no Donbass, com o apoio de Moscovo.
O Presidente da Ucrânia disse que mais de 200 mil crianças foram levadas à força para a Rússia, incluindo de orfanatos, que acompanhavam os pais e outras foram separadas das suas famílias.
A revelação de Volodymyr Zelenskiy surge num discurso publicado em vídeo no Dia Mundial da Criança.
“Durante os 98 dias da invasão russa, 689 crianças ficaram feridas como resultado dos ataques dos ocupantes. E estes são apenas aqueles que conhecemos. Ainda não temos todas as informações do território que está ocupado atualmente. Mas pelo que se sabe hoje 446 crianças ficaram feridas, 243 crianças morreram e 139 estão desaparecidas”, declarou.
O Ministério da Defesa do Reino Unido diz que a Rússia assumiu o controlo da maior parte da importante cidade de Severodonetsk, no leste da Ucrânia.
“A estrada principal para o a cidade de Severodonetsk provavelmente permanece sob controlo ucraniano, mas a Rússia continua a obter ganhos locais constantes, possibilitados por uma forte concentração de artilharia”, lê-se no relatório diário da Defesa britânica.
Acrescenta que o ganho “não foi sem custo”, assinalando que as forças russas sofreram perdas no processo.
Atravessar o rio Siverskyy Donets – que é uma barreira natural para os seus eixos de avanço – é “vital para as forças russas” enquanto protegem as regiões de Lugansk e se preparam para mudar o foco para Donetsk.
O patriarca Kirill, líder da Igreja Ortodoxa de Moscovo, vai ser retirado da lista de personalidades russas alvo de sanções da União Europeia (UE).
A notícia foi avançada esta quinta-feira por fontes diplomáticas citadas pela agência France Press.
Esta quarta-feira, foi noticiado que a Hungria travou a adoção do embargo petrolífero e de novas sanções europeias contra Moscovo, para obter a retirada do chefe da Igreja Ortodoxa russa da lista negra da União Europeia.
O patriarca Kirill (Cirilo, em português) é considerado "um aliado de longa data do Presidente Vladimir Putin" e "tornou-se um dos principais apoiantes da agressão militar russa à Ucrânia", referia a proposta inicial de sanções submetida à aprovação dos Estados-membros da UE.
O Presidente da Rússia foi operado a um cancro em estado avançado, no mês de abril.
A informação foi revelada esta quinta-feira pela revista Newsweek, que cita um relatório confidencial dos serviços secretos norte-americanos.
O documento indica, também, que Putin foi alvo de uma tentativa de assassinato em março.
O relatório conjunto de elementos de três agências de serviços secretos admite preocupação com o facto de Vladimir Putin estar “cada vez mais paranoico com o seu poder”, o que acarreta um fator de enorme imprevisibilidade para o curso da guerra na Ucrânia.