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Diário de Guerra

Dia 93. Rússia controla cidade de Lyman, 1.500 pessoas mortas em Severdonetsk

27 mai, 2022 - 19:44 • João Malheiro

No total, já mais de quatro mil civis morreram, desde o início do conflito. EUA vão enviar rockets de longo alcance para a Ucrânia

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O 93.º dia da invasão da Rússia à Ucrânia fica marcado pela captura, já confirmada pelos dois lados, da cidade de Lyman, na região do Donetsk.

Ainda durante as primeiras horas desta sexta-feira, deu-se conta da morte de 1.500 pessoas em Severodonetsk, a única região de Lugansk que continua sob controlo ucraniano.

No total, já mais de quatro mil civis morreram, desde o início do conflito.

A Renascença resume os principais momentos de mais um dia de guerra.

Cidade de Lyman capturado por forças russas

A cidade de Lyman, na região ucraniana de Donetsk, está praticamente sob o controlo das forças militares russas, admitiu hoje Pavlo Kirilenko, chefe da unidade militar ucraniana deste território do Donbass, leste da Ucrânia

Em declarações reproduzidas pelas agências internacionais, Kirilenko garantiu que as forças ucranianas que defendiam a localidade de Lyman, com cerca de 23 mil habitantes, recuaram para novas posições fortificadas em Svitlodarsk, a cerca de 90 quilómetros a sul.

Lyman, perto de Sloviansk, era um dos alvos principais da Rússia na tentativa de cercar as tropas ucranianas no Donbass e de assumir o controlo da rota Bakhmut-Severodonetsk para avançar em direção a Donetsk.

“Estão a ser travados combates particularmente duros na direção de Lyman. A maior parte da região já não é controlada por tropas ucranianas e o mesmo acontece com a linha de Svitlodarsk: as forças armadas ucranianas foram redistribuídas para ocuparem posições fortificadas”, afirmou o chefe militar regional.

As organizações independentes estimam que, quando houver um maior acesso às cidades e zonas de guerra, o número de vítimas aumente consideravelmente.

1.500 pessoas mortas em Severodonetsk

Pelo menos 1.500 pessoas foram mortas em Severodonetsk, mas a cidade do leste da Ucrânia que o exército russo procura tomar a todo o custo continua a resistir, disse o líder militar da região.

Cerca de 12 mil pessoas permanecem na cidade, que tinha cerca de 100 mil habitantes antes da guerra, disse hoje o chefe da administração militar de Severodonetsk, Alexander Stryuk.

Severodonetsk tem sido o palco de combates ferozes que já destruíram 60% dos edifícios residenciais, disse Stryuk, citado pela agência Associated Press.

O líder militar disse que um grupo russo de reconhecimento e sabotagem entrou num hotel de Severodonetsk, mas que a cidade continua a resistir.

Severodonetsk é a única zona da região de Lugansk que continua sob controle do governo ucraniano, e as forças russas têm tentado cercar a cidade.

Já morreram mais de quatro mil civis durante a guerra

A ONU confirmou esta sexta-feira que pelo menos 4.031 civis morreram e 4.735 ficaram feridos em pouco mais de três meses de guerra na Ucrânia, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores.

Das vítimas mortais confirmadas pelo Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), 261 são crianças, e há também 406 crianças entre os feridos, de acordo com as estatísticas diariamente atualizadas.

O organismo internacional, dirigido pela alta-comissária Michelle Bachelet, indica que a maioria das vítimas civis morreu ou sofreu ferimentos devido ao uso de explosivos, incluindo projéteis lançados por artilharia pesada, sistemas de lançamento múltiplo de 'rockets', mísseis e bombardeamentos aéreos.

EUA vão enviar rockets de longo alcance para a Ucrânia

Os Estados Unidos devem enviar rockets avançados de longo alcance para a Ucrânia, segundo avançou a CNN esta sexta-feira.

Altos funcionários ucranianos, incluindo o Presidente, Volodymyr Zelenskiy, pediram nas últimas semanas que os EUA e os seus aliados forneçam o ‘Multiple Launch Rocket System’ (Sistema de Lançamento Múltiplo de Rockets, ou MLRS na sigla inglesa).

Este sistema consegue disparar vários rockets para centenas de quilómetros de distância, podendo atingir o interior do território russo. Neste momento, a Ucrânia não possui qualquer sistema semelhante e considera que tê-lo faria muita diferença na guerra contra a Rússia.

Estes pedidos ocorrem num momento em que a Rússia atacou o Leste da Ucrânia, que está desarmado, segundo as autoridades ucranianas.

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