Diário de Guerra

Dia 89. Prisão perpétua para soldado russo. Zelenskiy pede "sanções máximas" contra a Rússia

23 mai, 2022 - 19:27 • André Rodrigues

Também esta segunda-feira, o Presidente da Bielorrússia enviou uma carta ao secretário-geral das Nações Unidas, apelando à comunidade internacional para que evite a um novo conflito à escala global. Na carta, citada pela agência de notícias bielorrussa, Aleksandr Lukashenko garante que o seu país, aliado de Putin, não é um agressor e que sempre se mostrou favorável a um reforço da segurança na região e a nível global.

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O 89.º dia da guerra na Ucrânia ficou marcado pela condenação do primeiro soldado russo julgado por crimes de guerra. Vadim Shishimarin, com 21 anos, foi condenado a prisão perpétua pela morte de um homem de 62 anos na cidade de Sumy, nos arredores de Kiev, durante os primeiros dias da ocupação russa.

O jovem soldado russo, que comandava uma unidade de tanques, alvejou a vítima que seguia falava ao telemóvel, ao mesmo tempo que empurrava uma bicicleta.

O tribunal de Kiev onde foi julgado entendeu que o assassinato resultou de uma ordem de patente superior, tendo sido ordenado ao arguido que matasse o civil para que este não revelasse a posição das tropas russas.

Vadim Shishimarine declarou-se culpado e pediu perdão à viúva.

Zelenskiy pede “sanções máximas” contra a Rússia

O dia ficou, também, marcado pelo apelo do Presidente ucraniano no Fórum Económico Mundial de Davos. Volodymyr Zelenskiy alertou que “resta pouco tempo” à Ucrânia e pediu “sanções máximas” contra Moscovo para dissuadir eventuais futuros agressores.

“Estamos no momento histórico em que vamos determinar se a brutalidade vai dominar o mundo”, disse o Presidente ucraniano, sublinhando a necessidade de a comunidade internacional mostrar à Rússia, de forma inequívoca, que o mundo não pode tolerar o recurso à guerra com armamento não convencional, sejam armas nucleares, químicas ou outras.

Também o antigo Presidente ucraniano Petro Poroshenko pediu mais sanções contra Vladimir Putin.

Poroshenko alertou, ainda, para o problema de fome que poderá afetar 20% da população mundial como consequência da guerra.

Precisamente, em Davos, as autoridades ucranianas inauguraram a “Casa dos Crimes da Rússia”, uma exposição dedicada aos crimes de guerra atribuídos ao exército russo desde o início da guerra na Ucrânia.

A mostra composta por fotografias, vídeos e depoimentos das vítimas fica na antiga “Casa da Rússia” naquela cidade suíça, um espaço de promoção económica financiado por empresas russas.

“Não a uma nova guerra mundial”. Lukashenko escreveu carta a Guterres

Também esta segunda-feira, o Presidente da Bielorrússia enviou uma carta ao secretário-geral das Nações Unidas, apelando à comunidade internacional para que evite a um novo conflito à escala global.

Na carta, citada pela agência de notícias bielorrussa, Aleksandr Lukashenko garante que o seu país, aliado de Putin, não é um agressor e que sempre se mostrou favorável a um reforço da segurança na região e a nível global.

Starbucks sai da Rússia, mas continua a pagar salários

A cadeia de cafés Starbucks anunciou esta segunda-feira a suspensão definitiva da atividade na Rússia, depois de, numa primeira fase, ter fechado temporariamente os seus 130 espaços em todo o país.

Ainda assim, a empresa vai continuar a pagar os salários a cerca de 2.000 trabalhadores durante meio ano.

A Starbucks junta-se à McDonald’s que, na semana, anunciou a venda do negócio na Rússia e o desmantelamento de todos os restaurantes da cadeia.

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