21 abr, 2022 - 19:55 • João Malheiro
O 57.º dia de guerra fica marcado pelo discurso do presidente da Ucrânia na Assembleia da República, através de videochamada. O PCP foi o único partido a não marcar presença na sessão solene, em protesto contra a presença de Volodymyr Zelenskiy no Parlamento.
Outra ação diplomática que marcou esta quinta-feira foi a visita do primeiro-ministro de Espanha à Ucrânia, acompanhado pela primeira-ministra da Dinamarca.
A Rússia anunciou controlo sobre a cidade de Mariupol, mas a Ucrânia não confirmou ainda esta informação. Já confirmados estão 800 milhões de dólares em ajuda militar imediata dos EUA a Kiev.
A Renascença resume os principais momentos de mais um dia de conflito.
O Presidente da Ucrânia comparou, esta quinta-feira, o 25 de Abril à luta do povo ucraniano durante a invasão russa. A intervenção de Volodymyr Zelenskiy é a primeira de um chefe de Estado no Parlamento português por videoconferência.
“O vosso povo vai daqui a nada celebrar o aniversário da revolução dos cravos e sabem perfeitamente o que estamos a sentir”, afirmou o Presidente ucraniano, numa sessão solene marcada pelos aplausos de pé dos deputados ao fim dos 15 minutos de discurso. A vinda do chefe de Estado ucraniano contou também já com a anunciada ausência do PCP.
Antes, Zelenskiy sublinhou que a invasão do seu país, é o primeiro passo da Rússia para a conquista do Leste da Europa e a “seguir avançará pela Geórgia e pelos países Bálticos”, onde, afiança, imporá uma ditadura se conseguir.
Em reação, o PCP criticou a referência ao 25 de abril, dizendo tratar-se de "um insulto".
"A intervenção do Presidente da Ucrânia confirmou-se como um ato de instrumentalização da Assembleia da República para animar a escalada da guerra, para animar a confrontação", defendeu a líder parlamentar comunista, aos jornalistas.
O primeiro-ministro espanhol diz-se “comovido a confirmar o horror e as atrocidades da guerra de Putin”. São estas as palavras de Pedro Sanchez no Twitter, numa publicação com um vídeo sobre a sua visita a Borodyanka.
O chefe do executivo chegou nesta quinta-feira a Kiev, juntamente com a sua homóloga dinamarquesa, Mette Frederiksen, numa deslocação rodeada de segurança e cheia de secretismo, que começou com uma viagem de avião até à Polónia e continuou com uma outra, de comboio, durante várias horas, até à capital ucraniana.
Pedro Sanchez e Mette Frederiksen já foram recebidos pela vice-primeira-ministra ucraniana, Olga Stefanishina, e têm encontro marcado com o Presidente, Volodomyr Zelenskiy
O ministro de Defesa russo revelou que os militares já controlam a cidade de Mariupol. A informação é avançada pela Reuters, que cita a agência russa Interfax.
A única exceção é a fábrica Azovstal, onde estarão civis e militares. Segundo Moscovo, foram retirados 142.000 civis da cidade e 1.478 soldados ucranianos já se renderam, mas ainda existem 2.000 soldados dentro da siderurgia.
Estas informações ainda não foram confirmadas nem negadas pelo lado ucraniano.
De acordo com a vice-primeira-ministra da Ucrânia, a retirada de residentes de Mariupol deve prosseguir esta quinta-feira. “A situação de segurança é difícil. As coisas podem mudar”, lembrou Iryna Vereshchuk.