Diário de Guerra

Dia 30 de guerra. Papa consagra Rússia e Ucrânia a Maria, negociações pela paz estão "muito difíceis"

25 mar, 2022 - 19:00 • João Malheiro

Esta sexta-feira, o Alto-Comissariado das Nações Unidas indicou que a invasão russa já matou pelo menos 1.081 civis, dos quais 93 eram crianças, e feriu 1.707, incluindo 120 menores.

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No dia 30 da guerra entre Rússia e Ucrânia aconteceu um momento solene em nome da paz e do fim do conflito. O Papa consagrou a Rússia e a Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria.

Em sentido contrário, tanto Kiev como Moscovo reconheceram esta sexta-feira que as negociações pela paz estão a ser "muito difíceis".

Esta sexta-feira, o Alto-Comissariado das Nações Unidas indicou que a invasão russa já matou pelo menos 1.081 civis, dos quais 93 eram crianças, e feriu 1.707, incluindo 120 menores. Cerca de 300 pessoas terão morrido só num único bombardeamento - o ataque ao teatro de Mariupol, a 16 de março, que deixou o edifício em ruínas.

A Renascença resume os principais momentos do primeiro dia do segundo mês de guerra entre Rússia e Ucrânia.

Papa consagra Rússia e Ucrânia a Maria

O Papa Francisco consagrou a Rússia e a Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria.

O Sumo Pontífice considerou que foram "esquecidas as lições das tragédias do século passado, o sacrifício de milhões de mortos nas guerras mundiais". "Estamos a atraiçoar os sonhos de paz dos povos e as esperanças dos jovens", afirmou.

O Papa Francisco lembra os refugiados e pede proteção para os que são obrigados a abandonar a sua casa para fugir da guerra.

“Enquanto o rumor das armas não se cala, que a vossa oração nos predisponha para a paz. As vossas mãos maternas acariciem quantos sofrem e fogem sob o peso das bombas. O vosso abraço materno console quantos são obrigados a deixar as suas casas e o seu país. Que o vosso doloroso Coração nos mova à compaixão e estimule a abrir as portas e cuidar da humanidade ferida e descartada".

Negociações pela paz estão a ser "muito difíceis"

Tanto diplomatas ucranianos como russos reconheceram que as negociações pela paz e o fim do conflito estão a ser "muito difíceis".

"As posições estão a convergir em pontos secundários. Mas nas principais questões políticas, continuamos afastados", disse Vladimir Medinsky, negociador-chefe de Moscovo, citado por agências noticiosas russas.

"O processo de negociação é muito difícil", disse, por sua vez, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, num comunicado, adiantando que não há qualquer "consenso" com Moscovo nesta fase das conversações.

Depois de terem começado com reuniões físicas entre delegações, as conversações entre a Rússia e a Ucrânia estão agora a decorrer por videoconferência, quase diariamente.

Arcebispo de Moscovo. Consagração da Rússia e da Ucrânia é “grande dom” de esperança
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Ministro russo acusa Ocidente de declarar "guerra total"

Serguei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros russo disse que o Ocidente declarou "guerra total" à Rússia.

"Foi-nos declarada uma guerra híbrida total, com o objetivo de destruir, quebrar, aniquilar, estrangular a economia russa, e a Rússia no seu todo", afirmou, associando o termo a uma expressão da Alemanha nazi.

No decurso da sua intervenção desta sexta-feira, Lavrov também observou que as duras sanções ocidentais demonstram claramente "que todos os valores que infundem os colegas ocidentais, a liberdade de expressar as suas opiniões, a economia de mercado, a inviolabilidade da propriedade privada, não valem nada para eles".

União Europeia aprova criação de fundo de solidariedade

Os chefes de Estado e de Governo da UE, reunidos em Bruxelas, concordaram com a criação de um fundo de solidariedade com a Ucrânia, propondo a realização de uma conferência internacional para angariar financiamento.

"Tendo em conta a destruição e as enormes perdas causadas à Ucrânia pela agressão militar russa, a União Europeia está empenhada em prestar apoio ao governo ucraniano para as suas necessidades imediatas e, uma vez cessada a ofensiva russa, para a reconstrução de uma Ucrânia democrática", lê-se nas conclusões adotadas pelos 27, já na madrugada desta sexta-feira, após um primeiro dia de trabalhos dedicado quase exclusivamente à Ucrânia.

Os líderes pedem também à Comissão Europeia que "continue a providenciar assistência técnica de modo a ajudar a Ucrânia a implementar as reformas necessárias", uma referência acrescentada hoje ao 'esboço' do texto de conclusões que estava sobre a mesa.

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