Guerra na Ucrânia

Polónia na BTL. Prioridade é cuidar dos refugiados, "depois recebemos os turistas de braços abertos"

21 mar, 2022 - 19:59 • Ana Carrilho

Turismo da Polónia tinha tudo preparado para vir à Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL) quando a Rússia invadiu a Ucrânia e, desde o início do conflito, mais de dois milhões de ucranianos passaram a fronteira. Apoiar e cuidar dos refugiados, passou a ser a prioridade do povo polaco.

A+ / A-

A Polónia nunca pensou em cancelar a presença em Lisboa. Em entrevista à Renascença, Agata Witoslawka, diretora do Turismo da Polónia para Espanha e Portugal, diz esperar que a guerra termine em breve e que os turistas regressem em força, nomeadamente os portugueses. As propostas vão muito além dos roteiros de turismo religioso, mais procurados pelos turistas nacionais.

Portugal é um dos países em que o Turismo da Polónia se promove, apesar da quota ser muito baixa: em 2019, cerca de 70 mil portugueses visitaram o país que, no total, recebeu mais de 16 milhões de turistas de todo o mundo.

“Temos de ter em conta que Portugal é um país pequeno, mas o número de visitantes estava a crescer de ano para ano. E agora, depois da pandemia, estava a aumentar outra vez, mas mais lentamente”, diz Agata Witoslawka.

A invasão da Ucrânia pela Rússia travou todos os fluxos turísticos, não apenas de Portugal. “Mas confiamos que quando houver paz, este mercado também se recuperará. E vamos fazer tudo para o conseguir porque acreditamos que a Polónia pode surpreender os portugueses de forma muito positiva, para além dos roteiros de turismo religioso relacionados com a vida do Papa João Paulo II ou a devoção à Virgem Negra de Czestochowa.

E já são muitos os que procuram também a história e cultura do país, para além das cidades mais conhecidas como Varsóvia, Gdansk, Cracóvia ou o antigo campo de concentração nazi de Auschwitz, sem esquecer as paisagens naturais que vão das montanhas às praias do Báltico.

Marcar presença na BTL em Lisboa, através da organização de turismo e de cinco empresas do setor, neste momento em que há abrandamento das reservas, é um investimento para um futuro em paz, que se espera, seja próximo, diz a responsável do Turismo da Polónia.

Por enquanto “os polacos estão muito envolvidos na ajuda aos milhões de refugiados ucranianos. É disso que nos ocupamos agora, mas quando tudo isto passar, vamos receber os turistas (portugueses) de braços abertos, frisa Agata Witoslawka”.

O próprio setor turístico está a participar na ajuda aos refugiados: por exemplo, vários hotéis e apartamentos turísticos estão a ceder alojamento temporário, gratuito; os autocarros de turismo, agora fazem transporte de milhares de pessoas deslocadas.

A disponibilidade para os turistas é menor, mas isso não significa que as diversas infraestruturas não estejam em funcionamento, para quem quiser viajar. A responsável do turismo polaco para Espanha e Portugal lembra que “é um destino seguro e está tudo aberto: hotéis restaurantes, museus, igrejas. As igrejas estão sempre abertas”.

Com um stand apelativo, a Polónia esperava na BTL muitos visitantes e sobretudo, que se entusiasmem para visitar o país in loco.

À Renascença, Agata Witoslawka fez questão de referir a visita que o Presidente da República fez ao stand no primeiro dia da BTL, agradecendo ao povo polaco todo o apoio que está a dar aos refugiados ucranianos. “Foi um momento muito emotivo”.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+