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Hora da Verdade

​Gomes Cravinho "disponível" para continuar na Defesa ou transitar para MNE

10 mar, 2022 - 07:00 • Susana Madureira Martins (Renascença) , Helena Pereira (Público)

João Gomes Cravinho confessa que não presta "muita atenção às especulações que aparecem" sobre o seu futuro político, mas mantém-se "disponível para o que o primeiro-ministro entender", dizendo-se certo sobre o "elevado grau de continuidade" que vai ocorrer na pasta da Defesa, seja ele o ministro ou não.

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Foto: Daniel Rocha/Público
Foto: Daniel Rocha/Público

O ministro da Defesa recusa a ideia de que o seu nome possa ser vetado pelo Presidente da República se for indicado para qualquer pasta no governo e em entrevista ao programa 'Hora da Verdade' da Renascença e do jornal 'Público', Gomes Cravinho fala das relações do Governo com Marcelo Rebelo de Sousa garantindo que o Chefe de Estado "exerce as suas funções de uma forma muito coordenada com o Governo"

O rebentar de uma guerra pode fazer com que se mantenha na pasta da Defesa? Ou mantém vontade de transitar para o Ministério dos Negócios Estrangeiros?

Ao fim de alguns anos, já estou habituado a não prestar muita atenção às especulações que aparecem. Há uma pessoa que toma decisões sobre essa matéria que é o primeiro-ministro, no momento em que entender. Quanto a esta conjuntura que vivemos, temos Forças Armadas muito organizadas e que permitem ter toda a confiança na continuidade de quem quer que seja o ministro. Temos um programa de Governo futuro baseado no programa eleitoral do PS e portanto quanto a isso haverá um elevado grau de continuidade. Mudar ou manter um ministro é uma matéria relativamente secundária.

Neste cargo, sente que tem uma folha de serviço impecável?

O trabalho que tem vindo a ser feito ao longo destes anos é um trabalho que terá continuidade. Estou muito confiante nisso por conhecer bem aquilo que é o programa eleitoral do PS.

Em relação ao seu futuro político, gostaria de se manter neste posto ou gostava de ir para outros cargos?

Estou disponível para aquilo que o primeiro-ministro entender.

Vê que o Presidente da República possa ser uma força de bloqueio ao seu nome em cargos futuros no Governo?

Não, de forma alguma. O Presidente da República exerce as suas funções de uma forma muito coordenada com o Governo. Quando está de acordo, diz que está de acordo. Quando não está de acordo, fala com o primeiro-ministro sobre a matéria. Tudo isto tem uma grande naturalidade e correcção institucional. Não passa por qualquer tipo de reflexão sobre nomes de indivíduos que devem estar aqui ou ali.

Mas houve aqui algum atrito manifesto aquando da nomeação do almirante Gouveia e Melo para chefe de Estado-maior da Armada.

O Presidente da República esclareceu na altura de forma inequívoca aquilo que aconteceu. Houve efectivamente falhas de comunicação. Foram corrigidas e o Governo e o Presidente da República fizeram a concertação necessária para a sucessão que teve lugar na Armada.

Como viu agora o veto do Presidente ao número dois da Armada?

Os lugares cimeiros nas Forças Armadas são objecto de consulta com o Presidente da República. Não houve nenhum tipo de veto mas uma reflexão sobre quem poderia ser a pessoa ou pessoas melhor qualificadas para determinadas funções e, nessa matéria, aquilo que é a opinião do Presidente tem grande peso.

Foi a primeira vez que isso ocorreu desde que é ministro da Defesa?

Não, em todas as circunstâncias o Presidente da República é consultado e dá a sua opinião. Depois disso há uma procura do Governo em procurar um consenso.

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