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Demora do novo aeroporto de Lisboa terá "impacto dramático" no setor do turismo

27 set, 2021 - 23:30 • João Malheiro

A Confederação do Turismo de Portugal diz que, na melhor das hipóteses, o novo aeroporto já vem muito tarde. À Renascença, Francisco Calheiros vê com bons olhos apoios do Estado, mas apela a que não demorem "a sair do papel".

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A Confederação do Turismo de Portugal alertou que a demora do processo do novo aeroporto de Lisboa terá "impacto dramático" no setor, mesmo no melhor cenário possível.

"Se a opção que vier a ser decidida for a mais rápida, ou seja, Montijo como segundo aeroporto, demorará quatro anos. Se tudo correr bem, a solução só entra em vigor no primeiro semestre de 2027, o que é verdaideramente dramático", explica, à Renascença.

Depois do presidente do Conselho de Administração da ANA - Aeroportos de Portugal dizer que Portugal não deve ter uma nova infraestrutura aeroportuária antes de 2035/2040 e de Marcelo Rebelo de Sousa apelar a que o assunto se resolva antes do final do seu mandato, Francisco Calheiros apelou a que haja celeridade no processo.

"Vamos estar três anos, no mínimo, a recusar uma série de voos", realça.

O presidente da Confederação do Turismo de Portugal admite ter "vergonha de discutir este tema", por ser um processo que já se prolonga há 50 anos e que, acredita, não estará resolvido "daqui a cinco anos".

Francisco Calheiros reitera que defende a opção do aeroporto situar-se no Montijo, "por ser, claramente, a mais rápida e a mais barata" e ter já um estudo de impacto ambiental realizado.

Turismo quer que "os apoios saiam do papel"

O ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital anunciou esta segunda-feira, em Coimbra, que o Governo vai lançar uma nova linha de 150 milhões de euros para reforçar a oferta existente neste momento, no setor do Turismo.

Pedro Siza Vieira anunciou ainda o lançamento do programa Adaptar para atribuir incentivos a empresas do setor para fazerem "pequenos investimentos para adequar as suas ofertas àquilo que são as novas condições de operação".

O presidente da Confederação do Turismo de Portugal saúda as medidas anunciadas, mas refere que já vêm tarde.

"No início da pandemia, o Governo adotou uma série medidas que foram extremamente eficientes. Acontece que a pandemia tem mais de um ano e meio. Portanto, todas essas medidas estão completamente esgotadas", defendeu, à Renascença.

"Se no início, as empresas podiam esperar por medidas, agora não podem esperar nem um dia, nem uma hora. Só estaremos satisfeitos quando os apoios saírem do papel e entrarem na economia", acrescentou.

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