24 ago, 2018 - 12:06 • Marília Freitas
À primeira vista parece uma ambulância como qualquer outra e, na verdade, já o foi. Estava para ser abatida quando surgiu a ideia de a transformar para socorro animal.
Se há um gato ou um cão atropelado e ferido, esta ambulância especial sai do quartel de bombeiros de Fão para o socorrer. Ao volante está muitas vezes Gustavo Costa, o sub-chefe dos Bombeiros Voluntários, em Esposende.
O equipamento é praticamente igual ao das que são utilizadas para o socorro humano, mas com algumas especificidades, incluindo uma jaula. "Está equipada com máscaras de oxigénio próprias para animais, um aspirador para hemorragias, também pode fazer imobilizações", explica o bombeiro à Renascença.
A ambulância, disponível 24 horas por dia, está na estrada desde março e tem sido requisitada, em média, três a quatro vezes por semana. Com a chegada do verão, aumentaram os pedidos de socorro, sobretudo ao final do dia.
Contudo, ainda há quem confunda as funções desta ambulância. Por vezes, os bombeiros recebem chamadas a pedir para recolher animais abandonados ou cadáveres. "Nós só tratamos de animais feridos, tanto errantes como com dono. Não levantámos cadáveres de animais", esclarece José Marinho, presidente da Associação de Bombeiros Voluntários de Fão.
Prestados os primeiros socorros ao animal ferido, fica cumprida a missão dos bombeiros. "Se o animal tiver chip, consultamos de imediato a plataforma que nos dá a identificação do dono e o mesmo será contactado”, afirma Gonçalo Costa.
No caso de um animal sem chip, “se conseguir andar por meios próprios, vai à vida”. “Senão, entregamos à veterinária municipal que depois dá sequência ao serviço", explica o bombeiro.
Tudo isto é feito por uma equipa de cinco bombeiros que tiveram formação especializada neste tipo de socorro. Num futuro próximo, o objetivo é que mais elementos desta coorporação de voluntários possam também formar-se para socorrer animais.
O funcionamento da âmbulância "SOS Animal" é assegurado por um protocolo entre a Câmara de Esposende e os Bombeiros de Fão, pelo qual o município atribuirá à corporação uma comparticipação financeira anual até 5.000 euros, valor calculado com base no número de viagens previstas.
O município financiou também a adaptação da viatura de transporte e a formação dos elementos da equipa que realiza estas funções, num investimento de cerca de dez mil euros.