15 ago, 2022 - 13:25 • Diogo Camilo
O incêndio na Serra da Estrela que esteve ativo durante quase uma semana e continua sob vigilância é o mais extenso desde o fogo em Monchique, que em 2018 consumiu quase 27 mil hectares.
Segundo dados provisórios do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), a área ardida chegou ao 15.134 hectares, mais do dobro daquele que era o maior incêndio do ano até então, em Murça, no distrito de Vila Real, com cerca de 7 mil hectares queimados.
A cicatriz do fogo foi captada pelo Copernicus, o programa de observação da União Europeia, que reproduziu a imagem captada pelo Sentinel-2 a 12 de agosto, mostrando a devastação provocada pelo incêndio na Serra da Estrela.
O fogo, que deflagrou durante a madrugada do dia 6 de agosto, em Garrocho, na Covilhã, provocou 26 feridos e consumiu duas casas de segunda habitação, na aldeia Quinta da Taberna.
Durante sete dias estendeu-se ao distrito da Guarda, nos municípios de Manteigas, Gouveia, Guarda e Celorico da Beira, e foi dado como dominado às 23h36 de sexta-feira, segundo a proteção civil. Chegou a mobilizar quase 1.700 bombeiros apoiados por mais de 500 meios terrestres e 17 meios aéreos.
Nesta imagem do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS), é possível ver a área ardida nas últimas duas semanas. Ao incêndio na Covilhã e Manteigas soma-se um outro incêndio também no Parque Natural da Serra da Estrela, no distrito da Guarda, que resultou em mais 820 hectares de área ardida. O fogo está agora dominado.
Os hectares ardidos no Parque Natural da Serra da Estrela fazem deste incêndio o maior dos últimos quatro anos, ultrapassando os maiores fogos de 2021 (seis mil hectares em Castro Marim), 2020 (cerca de 15 mil hectares em Proença a Nova) e 2019 (quando arderam nove mil hectares em Vila de Rei).
Dos 10 maiores incêndios nos últimos cinco anos, metade aconteceu já este ano: a juntar-se a Murça e Serra da Estrela estão os incêndios de Pombal (cerca de 5 mil hectares ardidos), Bustelo, em Vila Real (3 mil) e Carrazeda de Ansiães (3 mil).
É preciso recuar até 2018, quando foram destruídos 27 mil hectares de floresta e mato em Monchique.
O ano de 2017 foi o pior em termos de área ardida em Portugal, quando as chamas destruíram 440 mil hectares, com o incêndio em Seia, no distrito da Guarda, a ser o incêndio com mais hectares ardidos (mais de 43 mil).
Segundo o ICNF, mais de 27 mil hectares arderam nos incêndios de Pedrógão Grande, em 2017, ano em que foram consumidos pelas chamas 442 mil hectares em todo o país.