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Imagens da onda de calor na Europa (que poupou Portugal)

26 jun, 2019 - 01:34 • José Carlos Silva , com redação

Enquanto em França as temperaturas podem atingir o valor recorde de 45 graus, "Portugal está a escapar a esta onda de calor porque está sob influência do ar que tem um trajeto sobre o Oceano Atlântico, um ar mais fresco e mais húmido", explica o IPMA.

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A Europa prepara-se nos próximos dias para enfrentar uma onda de calor, com temperaturas que podem chegar aos 45 graus. A canícula passa ao lado de Portugal, que vive apenas o equivalente a um ameno dia de Outono.

Em declarações à Renascença, Ilda Novo, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, considera que a má notícia aqui é mesmo só para os portugueses que estão de férias e sonham com idas à praia, calor e mergulhos no mar.

“Há dois ângulos de ver as coisas. Por um lado, uma onda de calor quer dizer que temos calor excessivo e, portanto, tem os seus impactos devido a isso. Por outro lado, poderá ter outros efeitos para quem quer passar férias na praia. Tudo isto pode ser visto de várias formas.”

Uma onda de calor obriga a cuidados redobrados, por parte da população, e nesse capítulo os portugueses reconhecem as regras. Muita hidratação, roupa fresca, saídas à rua apenas, sempre que possível, pela fresca.

Mas neste verão adiado em Portugal, só a partir de quinta-feira o céu vai ficar limpo, ou pouco nublado, e as temperaturas vão subir.

Nem parece que estamos às portas de julho, o primeiro dos três meses de Verão. “Este tempo não é o mais habitual nesta altura do ano, para nós. Esta quantidade de chuva e de nebulosidade não é o mais comum para este final de junho e, provavelmente, muita gente sentirá a falta de um tempo mais habitual, mas por outro lado se tivermos um tempo de canícula também não é bom, de certeza”, sublinha a meteorologista Ilda Novo.

Para esta quarta-feira, o IPMA prevêm máximas de 25 graus em Lisboa, 22 no Porto, 28 em Faro. O distrito mais quente será Bragança, com 32 graus.

Canícula em Portugal talvez só lá mais para a frente e a razão é que, por agora, há um ar fresco e húmido a soprar do Atlântico, que empurra o ar quente que vem do deserto do Saara, para outras paragens. Para Espanha por exemplo, mas não só.

“Portugal está a escapar a esta onda de calor porque está sob influência do ar que tem um trajeto sobre o Oceano Atlântico, um ar mais fresco e mais húmido. Enquanto que regiões da Europa Central, principalmente mais para Oeste centrado num eixo sobre França, que nos próximos dias vai ser influenciada por uma massa de ar vinda do Saara, que é um ar muito quente e muito seco, que vai originar temperaturas muito elevadas”, explica Ilda Novo, do IPMA.

A onda de calor potencialmente mortal vai assolar a Europa de Madrid até à República Checa e são esperados alguns recordes para esta altura do ano.

Em França, que é um dos países mais afetados, as temperaturas podem atingir os 45 graus, o maior valor de sempre desde que há registos.

“As últimas previsões não deixam dúvidas: estamos a caminho de um novo recorde nacional”, disse o meteorologista francês Guillaume Woznica, citado pelo jornal “The Guardian”.

A temperatura mais elevada registada em França no mês de junho foram 41,5 graus, uma máxima registada em 2003.

No mesmo ano, o país atingiu a sua temperatura mais elevada de sempre: 44,1 graus, no dia 12 de agosto.

A Alemanha também já está a sentir os efeitos do calor. Algumas zonas da região oriental do país, incluindo Berlim, estão a sentir as temperaturas mais elevadas num mês de junho.

Os cientistas alertam que as ondas de calor são particularmente perigosas nesta fase inicial do verão, em que as pessoas ainda não se adaptaram ao aumento das temperaturas.

A onda de calor de 2013 provocou a morte a 70 mil pessoas em vários países da Europa.

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