Venezuelanos precisam de um monte de notas para comprar um frango

20 ago, 2018 - 15:08

Presidente Nicolas Maduro anunciou uma reconversão monetária para atacar o problema da hiperinflação num país trasformado numa crise humanitária.

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O Presidente da Venezuela anunciou uma nova moeda para tentar reduzir o impacto da gravíssima crise no país, com uma hiperinflação que poderá chegar a um milhão por cento no final do ano.

O bolívar tem vindo a desvalorizar dramaticamente e, para ilustrar o drama diário da população venezuelana, o repórter Carlos Garcia Rawlins, da agência Reuters, fotografou produtos ao lado do dinheiro necessário para os adquirir.

Um frango, com cerca de dois quilos e meio, custava na passada quinta-feira, numa loja da capital Caracas, 14,6 milhões de bolívares, o equivalente a 1,9 euros.

Um rolo de papel higiénico tinha um preço de 2,6 milhões de bolívares. Colocados lado a lado, é fácil de ver que o monte de notas é muito maior do que o rolo.

Um pacote de um quilo de arroz custa 2,5 milhões de bolívares.

Para comprar um sabonete, os venezuelanos têm de desembolsar 3,5 milhões de bolívares e levar muitas notas.

A partir desta segunda-feira, a Venezuela passa a ter duas novas unidades monetárias, o bolívar soberano e o petro, no âmbito da reconversão monetária.

O bolívar soberano elima cinco zeros ao atual bolívar forte. A cripto moeda petro passa a ser de uso contabilístico obrigatório para todas as operações da empresa estatal Petróleos da Venezuela SA e o setor petrolífero, e cujo valor equivale a 3.600 bolívares soberanos.

O salário mínimo mensal dos venezuelanos e os preços dos produtos passam a ser afixados com base no valor do petro, que por sua vez está indexado ao valor do preço internacional do barril de crude e estará assente nas reservas de vários recursos naturais, como o petróleo, ouro, diamantes e gás natural.

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