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Médico afastado do INEM esteve no sismo do Haiti e foi o responsável por visita de Bento XVI

11 jan, 2019 - 17:52 • Lusa

O médico António Peças tem estado no centro das atenções mediáticas, depois de ter sido afastado do INEM por, alegadamente, recusar o transporte de doentes em estado crítico por helicóptero.

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O médico cirurgião António Peças, afastado do INEM por alegadamente se ter recusado a helitransportar doentes, esteve em missão no sismo de 2010 no Haiti e prestou assistência médica ao papa Bento XVI aquando da sua visita a Portugal.

Desde o início da semana que António Peças tem estado no centro das atenções mediáticas, depois de ter sido afastado do INEM por, alegadamente, recusar o transporte de doentes em estado crítico por helicóptero.

Mas já em 2012, António Peças tinha tido problemas com o INEM, tendo sido retirado das escalas da viatura médica de emergência e reanimação do hospital de Évora, onde trabalha.

Na altura, em 2012, a coordenadora da escala da VMER do hospital de Évora decidiu retirar o médico das escalas, após uma troca de emails em que considerou que António Peças tinha sido ofensivo.

Quatro ano depois, em 2016, o médico voltou às escalas por decisão do tribunal do trabalho de Évora, que considerou ainda que António Peças tinha direito a receber uma indemnização de 44 mil euros.

Segundo escreveu o Diário de Notícias em 2016, o tribunal de Évora condenou o hospital a reintegrar o médico por considerar que foi afastado de forma abusiva, por alguém que não tinha poder para o fazer e sem que tivesse sido aberto qualquer processo disciplinar para o efeito.

O cirurgião, que pertence aos quadros do hospital Espírito Santo de Évora, trabalha há vários anos no INEM, tanto nas VMER como nos helicópteros.

António Peças integrou em 2010 na equipa de oito elementos do INEM que esteve a prestar ajuda e assistência às vítimas do sismo no Haiti, em janeiro desse ano.

Foi também o médico do INEM responsável por acompanhar o papa Bento XVI quando, também em 2010, visitou Portugal.

Sobre essa experiência chegou a relatar em entrevista à agência Lusa que foi a situação em que sentiu maior responsabilidade sobre si próprio.

António Peças é um aficionado e chegou a ser forcado, tendo também chegado a estudar engenharia zootécnica.

No início da semana, a SIC divulgou uma reportagem que dava conta de que António Peças foi afastado do INEM depois de ter, alegadamente, simulado uma doença para não transportar um doente, enquanto se encontrava numa corrida de touros.

Também o jornal Observador divulgou outros dois casos que o INEM terá investigado e em que o médico António Peças terá, alegadamente, mostrado resistência em transportar doentes.

A Ordem dos Médicos está entretanto a analisar uma queixa sobre o médico, na sequência de uma denúncia anónima que já foi feita há quase um ano.

Também a Inspeção-geral das Atividades em Saúde (IGAS) tem em curso um inquérito disciplinar e também há um inquérito em curso no Departamento de Investigação e Ação Penal de Évora.

O caso em que António Peças terá, alegadamente, simulado uma doença para não acompanhar um doente no helicóptero do INEM remonta a outubro de 2017.

Segundo confirmou à Lusa uma fonte do INEM, em fevereiro de 2018 foi endereçada uma queixa anónima sobre António Peças à Ordem dos Médicos e à Inspeção-geral das Atividades em Saúde, com conhecimento ao INEM.

Entretanto, o INEM abriu uma investigação interna no final de fevereiro do ano passado e o processo acabou por ser concluído em dezembro, segundo a mesma fonte.

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  • fanã
    12 jan, 2019 aveiro 16:18
    Neste Portugalito , mais nada me admira !!............ a ser verdade , estes factos são suficientes para uma erradicação da O .M !... A não assistência a pessoas em perigo de vida , no exercício das suas funções é condenável em tribunal !

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