O poder autárquico continua demasiado dependente do poder central. A distribuição dos dinheiros da “bazuca” acentua o poder governamental. As alterações climáticas também não ajudam.
Desde o Marquês de Pombal, Lisboa tornou-se o centro do poder político, económico e judicial do país. O centralismo é um problema endémico que, mais uma vez, veio à superfície com o parecer dos juízes do Tribunal Constitucional, que consideraram que a mudança para Coimbra seria um “grave desprestígio”. Relatório preparado pela Comissão Independente para a Descentralização nunca foi debatido no Parlamento, aponta o antigo secretário de Estado João Ferrão. Já António Cândido Pereira, autor do livro “Democracia Local em Portugal”, defende que a ideia de regionalização devia sair da Constituição.