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No adeus ao Sporting, Amorim tem um recorde na mira. Mas há outro que se tornou impossível

08 nov, 2024 - 10:40 • Lusa

Futuro treinador do Manchester United pode entrar, ainda que a 2.587 quilómetros de distância, no restrito lote de treinadores 'leoninos' que se sagraram tricampeões portugueses de futebol.

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Rúben Amorim termina domingo a história de sucesso no Sporting, mas pode juntar-se 'in absentia' ao inglês Randolph Galloway e ao húngaro Joseph Szabo no restrito lote de treinadores 'leoninos' que se sagraram tricampeões portugueses de futebol.

Apesar de estar prestes a rumar a Inglaterra, para orientar o Manchester United, Rúben Amorim, de 39 anos, terá tempo para uma última valsa no comando técnico da equipa 'verde e branca', no estádio do Sporting de Braga, clube em que iniciou a carreira e do qual se transferiu para o Sporting.

O treinador foi contratado em 4 março de 2020 e logo em 2020/21 liderou os 'leões' na conquista do título nacional, em plena pandemia de covid-19 e após 19 anos de espera, o mais prolongado jejum da história do centenário clube lisboeta.

Rúben Amorim repetiu o feito em 2023/24 e pode voltar a sagrar-se campeão esta época, tornando-se, a par de Galloway e Szabo, o treinador com mais títulos conquistados pelo Sporting (aos quais juntou duas Taças da Liga e uma Supertaça portuguesa), mas, ao contrário dos antecessores, terá de comemorar longe de Alvalade.

Para isso, o futuro técnico dos 'red devils', que tem à espera em Old Trafford um desafio de igual, ou maior, dimensão do que encontrou em Alvalade, precisa da colaboração do sucessor no banco sportinguista, que ainda não foi oficialmente anunciado, mas poderá ser João Pereira, treinador da equipa B.

Se o Sporting conquistar esta temporada o seu primeiro bicampeonato desde a série do 'tetra', entre 1951 e 1954, os 11 jogos em que Rúben Amorim comandou a equipa em 2024/25 serão suficientes para lhe reservar um lugar muito especial na história dos 'leões', ao lado de Galloway e Szabo.

Szabo foi, precisamente, o artífice da conquista de 1953/54, cotando-se como um sucessor à altura de Galloway, que tinha coberto de glória o clube lisboeta nas três épocas anteriores (1950/51, 1951/52 e 1952/53), numa altura em que o futebol nacional dançava ao som dos violinos 'verdes e brancos'.

Mesmo sem poder contar com o instinto goleador de Fernando Peyroteo e com os 'cinco violinos' reduzidos a um quarteto, ainda assim, muito respeitável (Jesus Correia, Vasques, Travassos e Albano), o inglês tornou-se o primeiro técnico tricampeão no Sporting.

O clube lisboeta conquistou 10 títulos nas décadas 40 e 50 do século passado, supremacia que nunca mais voltou a exibir e para a qual contribuiu decisivamente Sazbo, o primeiro a sagrar-se campeão em Alvalade, em 1940/41, quando os rivais FC Porto e Benfica já tinham festejado três vezes cada.

O húngaro reeditou a conquista duas épocas mais tarde, em 1943/44, antes de igualar Galloway, 10 anos mais tarde, consumando o primeiro 'tetra' do futebol português, mas, enquanto o 'tri' não passa de uma ambição, Rúben Amorim terá de acompanhar Cândido de Oliveira e Otto Glória.

Figura incontornável da modalidade, Cândido de Oliveira foi o primeiro português a sagrar-se bicampeão, em 1947/48 e 1948/49, e a Otto Glória bastou a presença no jogo inaugural para inscrever o nome entre os vencedores do campeonato de 1961/62 - o segundo chegou, de forma mais convencional, em 1965/66.

Apesar de poder juntar-se a Szabo e Galloway à cabeceira da galeria dos campeões, o chamamento da Premier League a que Rúben Amorim não conseguiu resistir irá, pelo menos por agora, impedi-lo de desalojar o húngaro do topo de outra lista muito relevante: a dos técnicos com mais jogos disputados no Sporting.

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