04 nov, 2024 - 15:00 • Eduardo Soares da Silva
Rúben Amorim, treinador do Sporting, tem noção que será avaliado pelos adeptos do Manchester United pelo resultado do jogo desta terça-feira, para a Liga dos Campeões, contra o Manchester City.
O técnico garante que, ainda assim, não está interessado com isso - nem sabe se é melhor aumentar ou diminuir a expectativa -, mas sabe que quer vencer para se despedir de Alvalade com um triunfo importante que "praticamente apuraria para o "play-off".
O jogo contra o City está marcado para esta terça-feira, às 20h00, com relato em direto no site da Renascença.
Disponibilidade de centrais: "O Quaresma está convocado, com limite de tempo em campo, mas o Inácio está fora. Poderíamos arriscar, não sabemos se ainda pode jogar em Braga, mas não queremos arriscar uma paragem mais longa, ele tem-se sacrificado e o campeonato é longo".
City vem de duas derrotas e tem lesões. Bom momento para enfrentar? "Qualquer jogador do City é de classe mundial, há algumas recuperações já, mas não sei se vão ser usados. Há alguns de fora, mas olhando para o onze e banco é sempre muito dificil e é dificil prever o que vai acontecer, em que posições vão jogar. Temos de ser muito fortes e acreditamos no que vamos fazer. Vamos com coragem para tentar vencer o jogo".
Se só queria o United, porquê viajar para negociar com West Ham? "Eu fui a Inglaterra não foi para negociar, só fui conhecer o dono, mas já tinha a decisão tomada. Fiquei porque resolvi ficar, falei com o presidente e ele convenceu-me a ficar mais um ano. Se pensam que já queria sair, eu não posso fazer nada, não me vou desgastar sobre isso. Aceitei este convite e a prova que foi o único que mexeu comigo é porque foi o único que aceitei".
Porquê que disse há umas semanas que tinha renovação em cima da mesa? "Quando falei com o presidente que seria a minha última época, ele disse que eu tinha a renovação na mesa se mudasse de ideias. Quando disse isso, não havia nenhuma situação com o United, a minha ideia era sair, mas se fosse para casa iam dizer que o presidente não fez de tudo para renovar. Uma coisa não impede a outra, a possibilidade de renovar é independente de querer sair".
Como se compara este duelo ao de há três anos contra o City? "Sinto que sou melhyor treinador agora, mas tivemos dois plantéis. Só sobram o Pote, Nuno Santos e Inácio. Sinto também que o Pep Guardiola é ainda melhor agora, são duas realidades diferentes. Acho que tenho melhores jogadores, estão mais preparados para fazer um jogo mais completo. O City também está e é mais difícil hoje perceber o que eles vão fazer. Vamos ver, espero que o resultado seja diferente".
Sente que vai já amanhã ser avaliado pelos adeptos do United? "Tenho a certeza, mas o meu foco é o Sporting. Perder com o City não seria um falhanço, mas eu tenho plena noção que vou ser avaliado como treinador por este jogo e percebo o que poderão tirar daí consoante o resultado, mas não penso muito nisso".
Já sente saudades e arrepende-se, nem que seja um pouco? "Não, raramente me arrependo de decisões. Ainda não tive tempo para sentir saudades, há tanta coisa para fazer e tratar. Sei que vou ter saudades de tudo, do país, do clube, dos jogadores. No fim de Braga se calhar vai bater um bocado mais".
Vai partilhar um copo de vinho com Pep Guardiola, aderindo à tradição britânica? "Acho que não, nem sei bem se isso ainda acontece, mas aqui é uma cultura diferente. Imagino eu e o Conceição a beber um copo de vinho no fim de um jogo, é uma imagem extraordinária. Quando se muda de cultura, temos de nos adaptar. Não é a cultura que se adapta a nós".
Está menos stressado agora? "Estou mais ansioso com o jogo, estou stressado. Tínhamos um plano, mas o City mudou tudo neste jogo com o Bournemouth e eu fico stressado quando não tenho a certeza do que vai acontecer".
Seria a despedida perfeita ganhar ao City e com uma ovação? "Perfeito é ganhar, se for com assobios, compro já. Vitória seria quase garantir o 'play-off' e iria embora com outra alegria".
Sente que será mais difícil comunicar em inglês? "No início, será uma comunicação mais simples e menos elaborada porque é em inglês, todos dizem que três meses chegam para dominar. Mas eu já explico tudo aos jogadores em inglês, e sem desrespeito porque eu também já fui jogador, mas eles são mais básicos, é tudo dado com mais facilidade. Eu falo em inglês ao Viktor, Diomande, Morita, ao Hjulmand. Não vai haver problema".
Sente que Sporting está preparado para a sua saída? "O capitão até já disse que não precisam do treinador. Estão preparados para seguir em frente. Eles são muito maduros, entendem muito bem o jogo, estão preparados".
O facto de Hugo Viana ir para o Manchester City fez pensar que poderia ir com ele? "Obviamente que isso passa pela cabeça, mas eu não tive dúvidas nenhumas, a minha decisão está tomada porque é este o clube que eu quero".
Jogo de amanhã vai aumentar ou diminuir expectativas ao United: "Se ganharmos, vão achar que chegou o novo Alex Ferguson e isso é muito difícil de manter. Independentemente das expectativas, o que me importa é ganhar, ter uma boa despedida em Alvalade, ganhar em Braga e só depois começar uma nova vida. O jogo pode aumentar ou diminuir expectativas, nem sei o que é melhor, mas o que quero é deixar os meus jogadores felizes e confiantes para o que falta da época".