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Sporting

Porro mais decisivo. Esgaio mais polivalente

21 set, 2021 - 12:45 • Luís Aresta

Nelson, antigo lateral-direito do Sporting, considera natural a preferência de Rúben Amorim pelo internacional espanhol.

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O que tem o espanhol Pedro Porro que o português Ricardo Esgaio não tem? "Maior engodo" pela baliza, responde Fernando Nelson. O antigo lateral-direito do Sporting, desafiado por Bola Branca a olhar para as caraterísticas dos dois defesas com que Rúben Amorim conta para o corredor direito, identifica a mais-valia de Pedro Porro.

“Está mais nas zonas de decisão do que o Esgaio, que também se incorpora bem no ataque e é muito bom tecnicamente; a única diferença é que Porro, não só tem mais remate, como aparece sempre nas situações mais críticas e, nas assistências, também é muito bom”, destaca Nelson. Para o antigo jogador do Sporting, o que Ricardo Esgaio perde em faro pelo golo, ganha em polivalência, embora uma possível utilização como central deva ser descartada.

“Não o veria como central. É preciso ter um determinado tido de caraterísticas, como seja a altura e Esgaio é um jogador baixinho”, faz notar Nelson. Com efeito, o defesa contratado ao Braga tem de altura 1,73m, sensivelmente menos 15 cm do que os dois centrais à direita do Sporting, Luís Neto e Gonçalo Inácio. Mas se a altura é limitação para Rúben Amorim colocar Esgaio a central, o problema já não se coloca se a sua utilização se revelar útil no corredor esquerdo. “Não como opção inicial, mas como situação de recurso, já fez essa posição e não lhe é de todo estranha”, lembra Fernando Nelson.

Ao fim de quatro épocas no Braga, Ricardo Esgaio regressou ao emblema onde se formou. O defesa de 28 anos foi titular nos primeiros cinco jogos oficiais desta temporada (Supertaça e jornadas 1 a 4 do campeonato). Já Pedro Porro, vindo de lesão, começou a época como suplente. O internacional espanhol foi titular pela primeira vez à 5ª jornada, no empate (1-1) com o FC Porto, tendo repetido esse estatuto nos dois jogos seguintes, com o Ajax (derrota por 1-5 na Liga dos Campeões) e com o Estoril (da jornada 6), em que foi decisivo, ao apontar, de penálti, o golo que permitiu ao Sporting somar os três pontos no Estádio António Coimbra da Mota. Para Nelson, num olhar retrospetivo, é natural que a opção de Rúben Amorim recaia, em primeira linha, sobre o lateral direito espanhol. A explicação é simples.

“Porro beneficiou muitíssimo das exibições que fez e das excelentes prestações da equipa, que culminaram com a sua chamada à seleção espanhola pela primeira vez. Obviamente que Porro 'a priori' seria sempre o jogador de primeira opção”, mesmo levando em conta que “Esgaio, quando chegou ao Sporting, encaixou que nem uma luva, porque nada para ele era estranho”. Fernando Nelson, neste ombro a ombro entre Esgaio e Porro, considera que o lateral espanhol está “ligeiramente acima em termos qualitativos, naquilo que o oferece”, embora o defesa português seja um jogar “sempre para utilizar, porque pode fazer diferentes posições”.

Campeonato mais importante que Liga dos Campeões

Depois da entrada em falso na Liga dos Campeões, o Sporting desloca-se a Dortmund, na terça-feira, dia 28 de setembro, para defrontar o Borussia Dortmund, que na 1ª jornada do Grupo C foi à Turquia bater (1-2) o Besiktas. Uma nova derrota do Sporting na Alemanha poderá cavar um fosso de seis pontos para os dois primeiros lugares, caso o Ajax confirme o favoritismo na receção ao Besiktas.

O que, à partida, era visto como um grupo em que o representante português teria condições de passagem à fase a eliminar, pode subitamente complicar-se. Em todo o caso, não é por aí que vem mal ao reino do leão, considera Fernando Nelson, para quem a grande prioridade do Sporting deve ser a revalidação do título de campeão nacional.

“As pessoas tendem a valorizar muito mais a Champions, mas, na minha opinião, a prioridade deve ser sempre o campeonato”, defende Nelson, assinalando que o clube está a construir um modelo “para poder ganhar títulos todos os anos e não é de um momento para o outro que se consegue uma estrutura para fazer face a todas as competições. A primeira prioridade deve ser o campeonato. Depois, se puder ter uma boa prestação na Liga dos Campeões, tanto melhor”.

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