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Varandas admite que teve medo de "morrer na praia" e perder o título

20 mai, 2021 - 16:28 • Redação

Presidente do Sporting recorda diferença nos orçamentos para Benfica e FC Porto, diz que o clube tem oportunidade de mudar o paradigma do futebol português e pede melhor tratamento para o treinador Rúben Amorim.

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Frederico Varandas, presidente do Sporting, reconhece que temeu perder o campeonato nacional, depois de empates com o Famalicão e Belenenses SAD na reta final do campeonato, mas destaca a coragem da equipa para continuar e conquistar o título.

"Se senti medo de morrer na praia? Senti. Se perguntar ao treinador? Sentimos todos. Mas ter coragem é não ceder ao medo. Aqui peço a todos os adeptos do Sporting e sócios, nas adversidades que vamos ter no próximo ano. Há momentos que nos vão encostar às cordas. Nessa altura, nunca mostrem medo", disse, na receção na Câmara Municipal de Lisboa.

Ainda assim, o dirigente leonino diz que depois do empate com a Belenenses SAD sabia que o Sporting seria campeão nacional.

"Depois dos empates com Famalicão e Belenenses SAD vimos reduzida a distância para quatro pontos. Nesse momento, nós sentimos que lá vamos sofrer outra vez, desiludir outra vez. Pela primeira vez escrevi à minha equipa do conselho diretivo a dizer que íamos ser campeões, não por termos o melhor treinador, plantel com alma incrível e jovens talentos, mas por termos mudado a mentalidade do Sporting para uma mentalidade vencedora", prosseguiu.

Num discurso muito virado para os jogadores, mas com várias palavras duras para os rivais FC Porto e Benfica, Varandas recorda a diferença nos orçamentos.

"Fomos heróis porque há que recordar o mérito desta conquista. É importante não esquecer que partimos para esta luta com 50% do orçamento de gastos dos nossos rivais e 25% do orçamento de um dos nossos rivais e conseguimos, graças a estes senhores e equipa técnica, por terem sido muito competentes e com muito coração. Um percurso difícil, disse que não podíamos vencer à custa do poder, dinheiro e força, mas à custa da inteligência, mas teve de ser com muita resiliência e nunca ceder ao populismo e ao exterior", continuou.

Sporting quer mudar o paradigma

Varandas diz que o Sporting tem a oportunidade de mudar o paradigma da bipolarização do futebol português, com conquistas quase exclusivas de FC Porto e Benfica dos títulos de campeão nacional.

"Ao longo da minha vida vi acentuar-se a bipolarização do futebol português. Este é um momento histórico em que o Sporting não pode desperdiçar a oportunidade de mudar o paradigma. Se venho aqui prometer que vamos ser campeões no próximo ano? Não. Mas se o Sporting tiver cabeça fria, juízo, união e competência, o Sporting tem tudo para dentro de dois ou três anos estar no topo do futebol português olhos nos olhos. Temos de continuar a subir degraus de décadas de insucesso", atira.

Ainda assim, o presidente leonino diz que será difícil manter a hegemonia: "Os nossos rivais são fortes, muito fortes e vão querer tirar-nos daqui de forma legítima. Agora, tão difícil que foi esta conquista, mais difícil será para a aguentar".

Amorim deve ser protegido

Varandas deixou ainda uma palavra para Rúben Amorim, treinador que foi suspenso várias vezes durante o campeonato.

"Não gosto de individualizar, mas tenho de fazer esta distinção e começar pelo nosso treinador. Do ponto de vista técnico acho que todos já se renderam e perceberam, mas gostava que fosse bem tratado por este país. É português e é o treinador do Sporting. É uma lufada de ar fresco neste futebol, temos de retê-lo aqui. Este filme de inveja, quando vão para fora passam a ser os maiores. Deixem-no trabalhar", terminou.

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