03 mar, 2020 - 12:45 • João Paulo Ribeiro (entrevista) com Redação
José Eduardo considera "estranha" a notícia de que Rúben Amorim pode estar a caminho do Sporting. O antigo jogador do Sporting desaconselha, em declarações a Bola Branca, o treinador português de 35 anos a rumar a Alvalade por sentir que o Braga é, neste momento, o melhor local para que este alimente as suas ideias e a sua carreira.
"Não seria bom para a carreira dele ir para o Sporting. Acabou de firmar compromisso com o Braga, que é um projeto muito interessante para um treinador tão jovem como o Rúben Amorim", reforça.
Para o antigo capitão do clube de Alvalade, o ainda treinador do Braga é um profissional "promissor" que obteve algum "êxito recente e precoce", o que, apesar de não lhe tirar mérito, merece alguma cautela.
José Eduardo diz-se fã da "forma" como Amorim trabalha e da forma "como o Braga joga" sob o seu comando, mas atesta que Rúben Amorim não deve procurar crescer rápido demais: "Como se sabe, a carreira de um treinador constrói-se através de títulos e de anos", sustenta José Eduardo.
Na opinião de José Eduardo, Jorge Silas é "vítima dos erros" que a direção presidida por Frederico Varandas tem cometido, que não foi capaz de dar ao treinador soluções para as adversidades que a atual temporada trouxe.
A "perda" de Bruno Fernandes e a existência de "avançados de relativo valor" são as pedras no sapato que José Eduardo enumera para desculpabilizar Silas pelos maus resultados obtidos desde que este assumiu a equipa e para apontar o dedo ao atual presidente.
"Eu gosto do Silas. Penso que não se devem criar muitas ilusões sobre determinados treinadores. Este já é o quarto treinador que esta direção contrata e isto é mais um sinal de instabilidade", assinala.
José Eduardo sublinha, nestas declarações, que não entende como é que alguns "sócios e adeptos" do Sporting conseguem acusar os jogadores de "falta de empenho".
No seu entender, os jogadores são os "primeiros interessados em ganhar" e, se não o fazem, é porque não lhes foram dadas as condições para tal ser possível.
"Nunca há falta de empenho consciente por parte dos jogadores. Podem, é não estarem criadas as condições que permitam que os jogadores exprimam em campo essa vontade. As condições que têm sido dadas a esta equipa são gritantes e inacreditáveis", sustenta a antiga glória do clube, sem deixar de acrescentar que, atualmente, a equipa não tem, a nível individual, forma de "render tudo aquilo que pode".
Para o antigo capitão do Sporting, as atuais circunstâncias competitivas em que o futebol leonino assenta não representam a história e o prestígio do clube.
"Não há união em torno de um objetivo. Neste momento, o Sporting luta pelo terceiro lugar. No meu tempo e desde sempre, o Sporting estar a lutar pelo terceiro lugar era uma coisa inaceitável", termina.