12 fev, 2020 - 12:45 • Rui Viegas
António Delgado, membro do movimento "Dar Futuro ao Sporting", considera que o presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG) dos leões deu "uma ajuda" a Frederico Varandas, ao recusar a realização de uma assembleia geral de destituição.
Rogério Alves chumbou a realização de uma reunião magna extraordinária, argumentando que não existe justa causa para o efeito, o que faz cair por terra a intenção daquele movimento de sócios. Em entrevista a Bola Branca, António Delgado aponta o dedo ao líder da MAG sportinguista e lamenta que não haja "separação de poderes".
"É muito difícil existir uma separação de órgãos quando estes foram eleitos pela mesma lista. Não diria que [Rogério Alves] agiu em defesa, mas considero que deu uma ajuda à luta isolada de Frederico Varandas. Agiu em causa própria, de forma errada. Não pode ser ele a deliberar sobre a justa causa, mas sim os sócios. A justa causa é um conceito que não é exato, como ele próprio refere, mas considera-se o supra-sumo capaz de avaliar a justa causa, enquanto membro da Mesa eleito por esta direção. É manifestamente errado", refere.
Antonio Delgado garante que, em breve, o "Dar Futuro ao Sporting" vai contra-atacar.
"Estamos a analisar o documento que nos foi enviado pela Mesa da Assembleia Geral e estamos a analisar todas as hipóteses possíveis para dar voz aos sócios. Ainda não sabemos qual será a mais adequada, mas creio que, em breve, teremos uma resposta forte e cabal", promete, ao mesmo tempo que insiste nos propósitos do pedido original.
Ainda segundo António Delgado, existe muito medo por parte dos dirigentes em sujeitarem-se à avaliação dos sócios.
"Consideramos que todos os órgãos sociais já estão a mais e não querem credibilizar a maior força do clube: os sócios. E têm medo, muito medo, de se submeterem ao escrutínio dos sócios, porque sabem que o mais provável era não poderem continuar no clube", alega o associado.
Ainda assim, faz notar que a maioria do universo leonino não se revê nos adeptos que recentemente causaram distúrbios em Alvalade:
"Foi uma manifestação que ocorreu de forma pacífica em Alvalade e que foi estragada por três ou quatro pessoas que não fazem falta nenhuma ao futebol. Essas três ou quatro pessoas não são a força dos sócios do Sporting, até porque cometeram um ato isolado com o qual os sócios não se identificam."