Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

FC Porto

José Carvalho Araújo: "Moura é um lateral moderno e de grande futuro"

02 set, 2024 - 13:25 • Luís Aresta

O lateral-esquerdo do Famalicão prepara-se para assinar pelo FC Porto. Salto na carreira pode abrir portas da seleção, admite o ex-treinador do jogador formado no SC Braga.

A+ / A-

José Carvalho Araújo, antigo treinador de Francisco Moura na formação do Sporting de Braga, destaca a capacidade do lateral-esquerdo, que está prestes a rumar ao FC Porto, de se envolver nas ações ofensivas.

Em entrevista a Bola Branca, Carvalho Araújo assinala que, "para além de ser um excelente rapaz", Moura "é um lateral moderno, muito ofensivo".

"A sua formação foi quase toda a trabalhar em posições mais avançadas, de extremo; depois veio uma fase que foi boa para ele, que lhe deu outras ferramentas, para que hoje tenha um comportamento defensivo mais interessante, com outro compromisso. Efetivamente, tem um percurso grande ao nível de posições mais avançadas, o que faz dele um lateral de futuro, com grande capacidade ofensiva”, considera.

Francisco Moura chegou ao Braga em 2011, com 13 anos de idade. Passados dez anos, teria na Académica de Coimbra a sua primeira experiência no futebol profissional. Nessa altura, já transportava o estatuto de campeão da Europa de sub-19.

Dragão pode ser porta para voltar a vestir as cores de Portugal, agora na seleção AA

Poderá o salto para o FC Porto traduzir-se num regresso ao espaço das seleções pela porta principal? José Carvalho Araújo acredita que é possível, pelo crescimento que o jogador teve no Famalicão e pelo seu trajeto.

“Tem um percurso nas seleções jovens, foi campeão europeu. No Braga teve aquela lesão, depois de ter marcado dois golos ao Benfica, que lhe retirou a projeção que já se previa. Teve no Famalicão um espaço fantástico para se impor, para mostrar que está mais do que recuperado e que continua a evoluir. É um miúdo claramente com um potencial enorme."

"Como digo, tem vindo a melhorar francamente no comportamento defensivo, com outro conhecimento, com outro rigor, até com outro compromisso, mantendo a sua capacidade ofensiva; tem uma explosão muito grande uma forte capacidade, não só para finalizar – porque vai tendo alguns golos – mas a criar assistências, envolvimentos. É um miúdo completo para aquela posição e vejo que tem um potencial grande, até porque não há assim tantos defesas esquerdos em Portuga, portanto, por que não?”, declara.

No último dia de mercado de verão, Francisco Moura pode juntar-se a Nehuén Perez no FC Porto. Para José Carvalho Araújo, Vitor Bruno fica a dispor de mais e melhor matéria-prima para fazer uma boa primeira época como treinador principal.

“São jogadores que não vêm para fazer número, como se diz na gíria. Vêm acrescentar qualidade e outro tipo de atributos e, com isto, completar um plantel jovem, mas com muita qualidade. Cabe agora continuar a desenvolvê-los. Vão enquadrar-se numa estrutura em mudança, é certo, mas uma estrutura sempre forte, que lhes vai permitir essa progressão. São jogadores que vêm acrescentar qualidade e soluções, portanto, tudo para ser uma boa época da parte destes atletas em específico e também do FC Porto”, resume.

Do futebol, para a arquitetura e design. Um treinador não deixa de ser um gestor.

José Carvalho Araújo foi durante 11 anos treinador de futebol, com forte ligação à formação do SC de Braga, cidade onde nasceu há 42 anos. Entre 2009 e 2020 trabalhou com todos os escalões, dos sub15 aos sub23. Na época 2020/21 rumou ao Algarve para assumir o comando técnico do Olhanense.

A passagem por Olhão seria curta. Com a equipa no terceiro lugar da série H do Campeonato de Portugal ao fim de oito jogos, José Carvalho Araújo pediria para abandonar o cargo, em divergência com o projeto do clube para o futebol. Para o jovem treinador, seguiu-se uma interrupção na carreira, até aos dias de hoje, sem retorno.

“Foi uma pausa sabática que se tornou longa. O futebol foi interessante, nunca dizemos que não, mas neste momento estou envolvido noutro projeto” explica.

A experiência que José Carvalho Araújo tem do futebol, está todos os dias colocada ao serviço do novo desafio que o treinador sem clube assumiu.

“A nossa família tem algumas empresas na área da arquitetura, desenvolvimento de design e gestão de investimentos. Sempre geri recursos humanos; hoje não são jogadores, mas são arquitetos...O meu curso é o desporto, mas acabei por ter sempre um forte acompanhamento nesta área, dado o percurso da família. Sou muito apaixonado pela gestão de recursos humanos, sempre foi isso que fui fazendo no futebol. Um treinador não deixa de ser um gestor. Acabei por assumir este projeto e é por aqui que vou ficando”, remata.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+