25 ago, 2024 - 21:14 • Eduardo Soares da Silva
Pinto da Costa, antigo presidente do FC Porto, revelou que iria provocar novas eleições no clube em 2025, caso tivesse vencido as eleições em abril. Em entrevista à TVI, o ex-dirigente portista confirmou que tem um cancro e que, por esse motivo, não planeava cumprir mandato até ao fim.
"Quando me candidatei, a minha intenção era fazer um ano e, no final, provocar eleições. Não era como diziam que iria indicar alguém como sucessor. Sempre fui contra isso e disse que o FC Porto não era uma monarquia", disse.
O antigo presidente dos dragões explica que se candidatou por dois motivos: "O primeiro era fazer uma academia, estava praticamente feito. Puseram isso de lado e, quanto a mim, mal. Em segundo, tinha um sonho, que era voltar a ver o FC Porto campeão europeu, e achava que, para isso, era fundamental manter o Sérgio Conceição. Por isso é que, antes das eleições, contratei o Sérgio Conceição e o Pepe. Tenho um contrato assinado pelo Sérgio Conceição e pelo Pepe para jogarem mais este ano", desenvolve.
Pinto da Costa revelou também que sabe do cancro desde o final de 2021 e que revelerá detalhes num livro que será publicado em outubro.
"Sei, desde o dia 8 de setembro de 2021, que tenho um cancro. Combinei com os médicos que esse segredo ficava comigo, não queria que ninguém à minha volta estivesse preocupado ou a sofrer com o facto de saberem que estava doente. Não alterei nada da minha vida. Eu espero durar mais algum tempo, mas sei que tenho um cutelo na cabeça", disse, explicando também que se recusou a fazer quimioterapia.
A situação de saúde levou Pinto da Costa a "hesitar muito" em candidatar-se. Explica que só o fez "depois de ver o rumo que as coisas levavam e as pessoas que estavam envolvidas na equipa do André Villas-Boas, mas consciente de que estava tudo montado para que houvesse uma tendência clara para o outro lado".
"Preocupava-me mais dizer que tinha abandonado e não tinha ido à luta para defender o que queria para o FC Porto, do que dizer que perdi eleições. Em democracia, ganha-se e perde-se. O que espero é que ele faça o melhor que puder pelo FC Porto", terminou.
Pinto da Costa revelou que Pepe continuaria no FC Porto se fosse eleito e não teria terminado carreira. A TVI revela imagens do contrato já assinado pelo antigo capitão dos dragões, que entretanto terminou carreira.
"Tenho uma cópia [da renovação contratual], e o Pepe o duplicado. Tenho fotografias dele a assinar. Ele disse 'Eu assino. Se o presidente ganhar as eleições, mete o contrato e eu jogo. Se não ganhar, acabo a minha carreira", disse.
André-Villas Boas, atual presidente do clube, confirmou em junho a saída de Pepe de forma a "reduzir a massa salarial e os custos".
Vítor Bruno foi acusado de traição por assumir o FC Porto após a saída de Sérgio Conceição, com quem trabalhou como adjunto ao longo de vários anos. Sobre o tema, Pinto da Costa afirma que "traição talvez seja uma palavra muito forte, vou dizer que foi uma deselegância".