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Portugal recebe campeonato do mundo de moto surf. Saiba o que é

27 set, 2024 - 12:00 • Carlos Calaveiras

A etapa portuguesa vai decorrer este sábado e domingo na Praia da Areia Branca, na Lourinhã. O campeão do mundo vai ser um dos 30 participantes e há três portugueses.

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Vai decorrer, este fim de semana, na Praia da Areia Branca, na Lourinhã, a primeira etapa do campeonato do mundo de moto surf.

Em competição vão estar 30 pilotos, com os seus jet ski, incluindo três portugueses (Nuno Gomes, Nelson Santos e Samuel Alves), que fazem a sua estreia, e uma mulher (Claire Hartung), a primeira a participar no Campeonato do Mundo de Jet Ski nas ondas.

Numa prova semelhante ao surf, em que há “duelos” na água, dois a dois, com um júri internacional, composto por cinco especialistas, a pontuar as manobras dos atletas.

A Renascença ouviu o organizador do evento. Luís Centeno Fragoso lembra que o campeão mundial vai participar e espera boas ondas, boas manobras e muito público a assistir este sábado e domingo.

A modalidade tem muitos praticantes em França e Espanha, mas também na América do Sul. Já em Portugal, a competir, apenas cerca de 20.

Sábado e domingo vamos ter em Portugal os melhores atletas de moto surf do mundo. Que prova é esta a que vão poder assistir os portugueses que se deslocarem à Lourinhã?

É uma prova espetacular, é o chamado ‘surf nas ondas’, tem muitas semelhanças com o surf, mas a diferença é que o surf só desce nas ondas e o moto surf desce e sobe.

A onda portuguesa é conhecida mundialmente graças à Nazaré, estamos aqui perto e a onda já é muito boa.

Já organizamos esta prova desde 2004, nos anos da pandemia não organizamos. Começamos na praia de supertubos, depois na praia grande em Sintra, depois na Nazaré e agora vamos para o terceiro ano aqui na praia da Areia Branca, que tem umas condições absolutamente excecionais. Temos o apoio muito grande da Câmara da Lourinhã e é uma prova que, dado o passeio marítimo que existe aqui na praia da Areia Branca, traz sempre muito público e para quem vem participar é muito agradável fazer a prova com público.

São 30 os participantes no Mundial e com a estreia de 3 portugueses já entre os melhores do mundo

Exatamente, três portugueses e uma rapariga alemã [Claire Hartung]. Há muito tempo que não participava uma rapariga.

Foi acesso direto. A partir de sábado à tarde é que vai haver as provas de eliminação e a fase eliminatória mais decisiva – a partir dos quartos de final – é a partir de domingo.

Quem são os favoritos para esta prova? Em que lugar do ranking estão os atletas lusos?

O campeão mundial em título – o mexicano Abraham Hochstrasser – está cá e tem uma particularidade: foi o primeiro e até agora único a navegar nas ondas gigantes da Nazaré. É um dos favoritos, claramente. Há um francês, que é o Victor Grolleau, que também é um forte candidato, há um outro francês, que é o Theo Roman, muito forte candidato, e há um piloto brasileiro, que já vem cá há muito tempo, que é o Bruno Jacob, que também é forte candidato. Diria que, de entre estes quatro pilotos vai sair o vencedor.

E os portugueses?

Chegarem aos quartos de final acho difícil, mas tudo depende. Podem encaixar bem numa onda e sair uma rotina muito boa. O Nuno Gomes, em minha opinião, é o melhor deles todos e pode ir até uns oitavos de final. Se tiver sorte pode ir até quartos de final, daí para a frente acho complicado, mas nada é impossível. Repare: isto é como no surf, posso apanhar um set de ondas que não é muito bom e a minha rotina não é muito boa ou posso ter um set de ondas muito bom e a minha rotina dá um pulo grande e aos portugueses pode acontecer isso.

O Nuno Gomes está muito habituado ao Oeste, conhece muito bem esta zona e isso é uma vantagem conhecer bem estas ondas.

E quantas etapas tem o campeonato do mundo? É uma por país?

Isto é um campeonato do mundo que tem três provas, eventualmente terá uma quarta nos Estados Unidos. Começa em Portugal, depois França [Montalivet] e depois termina em Espanha [Noja].

França é onde há mais praticantes – de longe – depois Espanha, Portugal ainda tem poucos e vêm uns da Alemanha. Mas para isto é preciso ondas e no interior da Europa não há ondas. Também na América do Sul pratica-se muito, no Brasil, no Uruguai, na Argentina também.

Porquê esta praia? Já não é a primeira vez que a prova está aqui. Que especificidades tem a praia da Areia Branca?

As ondas são muito boas, são certinhas e têm boas condições. Depois tem um passeio marítimo que é um anfiteatro para o público muito bom. Também muito importante é o apoio da Câmara da Lourinhã e a envolvência dos colaboradores, que é maior do que o meramente profissional. Há um empenho, um gosto até porque nesta zona – tanto quanto eu sei – é o único campeonato do mundo de qualquer desporto. Repare: tirando o som, tudo a que tive de recorrer é de aqui da zona da Lourinhã e sentimo-nos em casa.

Que expectativas tem em relação à presença do público? E até de retorno financeiro?

Em termos de público, normalmente há bastante gente. Já nas outras edições tivemos bastante público. Os media também têm tido a simpatia de divulgar a prova, vamos ter um speaker oficial e aquele local ao fim de semana normalmente tem grande afluência de público. Esperamos que assim seja.

Quanto ao retorno financeiro não há. Nem sequer pensamos nisso. Somos uma associação sem fins lucrativos e fazemos isto por amor ao desporto, não há qualquer objetivo de obter lucro. O nosso objetivo é ter meios para proporcionar condições muito boas para os pilotos e temos conseguido. Temos até sido considerados a melhor organização do campeonato do mundo. A nossa preocupação não é ter retorno financeiro, é pagar as despesas.

E está previsto repetir para o ano?

Em princípio, sim. Normalmente fazemos a prova em finais de abril/princípio de maio. Para o ano ainda não sabemos dados, mas vamos tentar alinhar isto após a última prova [em Espanha], mas a ideia é continuar.

Não sei se tem dados, mas quantos portugueses praticam esta modalidade em Portugal?

Devem ser cerca de 20 praticantes a sério em Portugal e depois duas ou três vezes mais de pessoas que têm jet ski. O jet ski é caro e com a pandemia caiu bastante.

A Renascença ouviu também Nuno Gomes, um dos pilotos portugueses que vai participar na prova portuguesa do Mundial de moto surf.

Que prova é esta? Como se pratica? Como se pontua?

A modalidade é 50/50. Em metade da prova tem de se surfar a onda com o jet e a outra metade tem de se fazer manobras.

Basicamente é como no surf. Há vários hits, de duas pessoas, fazem-se manobras, é pontuado e passa quem tiver a melhor onda.

É um dos três portugueses em prova. Que expectativa de resultado tem?

Acima de tudo quero me divertir e aproveitar.

E quem são os favoritos?

Temos o mexicano, o Abraham, que é muito forte, temos o brasileiro Nuno Jacob. Para mim são os favoritos.

Vai participar em todas as etapas do mundial?

Não, só Portugal. É um desporto dispendioso, não há apoios e a minha vida não é motas, sou professor de equitação.

Já praticou nesta praia da areia branca? É um bom local para o moto surf?

Sim, tem excelentes condições, é muito bom. Uma boa praia é pelas ondas, quanto menos vento tiver melhor e depois a praia fica muito perto do público, é giro. E em Portugal temos excelentes condições para este desporto.

O evento é organizado pela Portuguese Jet Sports Boating Association, em parceria com a Federação Portuguesa de Motonáutica.

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