João Almeida vai liderar um sexteto de luxo da seleção portuguesa de ciclismo de estrada no Campeonato do Mundo, a partir de sábado em Zurique, enquanto António Morgado tem contas a ajustar no pelotão sub-23.
João Almeida será, em teoria, o principal favorito entre os eleitos para lutar pelo arco-íris nos 273,9 quilómetros da corrida de fundo, agendada para 29 de setembro, último domingo dos Mundiais, tendo consigo cinco ciclistas com provas dadas.
O selecionador, José Poeira, convocou outros dois corredores da UAE Emirates, os irmãos Ivo Oliveira e Rui Oliveira, este último campeão olímpico de madison em Paris2024, com Iúri Leitão, na pista.
Chamou também Rui Costa (EF Education-EasyPost), que foi campeão do mundo de fundo em 2013 e continua entre o WorldTour, o especialista no contrarrelógio Nelson Oliveira (Movistar) e a "surpresa" Afonso Eulálio, de saída da ABTF-Feirense para o pelotão internacional após um ano de afirmação interna.
De resto, Portugal terá também uma palavra a dizer no contrarrelógio, já no domingo, com Nelson Oliveira, sétimo no "crono" dos Jogos Olímpicos Paris2024 e com vários resultados entre os 10 primeiros em Mundiais, mas também João Almeida.
O ciclista das Caldas da Rainha, que este ano foi quarto na Volta a França, abandonou a Volta a Espanha com covid-19 e quererá conseguir um primeiro resultado de destaque pela seleção de elites, por quem tem ficado aquém do seu valor.
Com a afirmação plena no WorldTour, em ano de estreia na UAE Emirates, Morgado tem, aos 20 anos, contas a ajustar com os Mundiais, depois de em 2023 ter conquistado a prata no fundo, numa chegada a Glasgow em que o francês Axel Laurance foi mais rápido por dois segundos.
Com vitórias no Giro della Romagna e numa etapa da Volta às Astúrias como moralizadoras, as primeiras ao serviço da UAE Emirates, o jovem das Caldas da Rainha chega a Zurique para correr o contrarrelógio, em que já é campeão nacional de elite, num exercício de 29,9 quilómetros marcado para segunda-feira.
Depois, terá um elenco de apoio na corrida de fundo, de 173,6 quilómetros, no dia 27, que dificilmente poderia ser melhor, com em Alexandre Montez (Credibom-LA Alumínios-Marcos Car), Daniel Lima (Israel Premier Tech Academy), Gonçalo Tavares (Hagens Berman Jayco) e Lucas Lopes (Supermercados Froiz) em seu redor.
Nas competições femininas, o selecionador, José Luis Algarra, terá duas ciclistas de elite na corrida de fundo, com Portugal ausente do contrarrelógio, recaindo a escolha sobre Daniela Campos (Eneicat-CM Team), olímpica em Paris2024, e Ana Caramelo (Matos Mobility-Flexaco).
Campos é uma escolha óbvia, habituada a ser chamada à seleção nacional desde muito cedo, e aos 22 anos viveu um ano de afirmação - além da chamada aos Jogos Olímpicos, somou históricas vitórias na estrada para Portugal.
Chegará no sábado, dia 28 de setembro, à corrida de fundo de 154,1 quilómetros com a vitória numa etapa na Volta à Guatemala, os dois títulos nacionais, o terceiro lugar na Volta a Portugal e um triunfo na Volta à Colômbia, em que foi a melhor jovem.
Estará acompanhada de Ana Caramelo, ciclista de 29 anos que tem sido um dos principais destaques do circuito nacional, em pleno crescimento.
Entre o pelotão júnior, Maria Marques e Raquel Dias (Tavira-Extremosul-SC Farense) vão disputar apenas a corrida de fundo, de 73,6 quilómetros, no mesmo dia dos dois jovens masculinos eleitos, são Daniel Moreira (Willebrord Wil Vooruit) e José Miguel Moreira (Polti Kometa Junior), que correm 127,2 quilómetros na quinta-feira, dia 26.
No paraciclismo, este ano inserido no programa dos Mundiais, o destaque vai para Telmo Pinão, que vem dos Jogos Paralímpicos Paris2024 em que alcançou o nono lugar no contrarrelógio da classe C2, competindo na terça-feira, dia 24 de setembro, nesta capacidade, assim como Flávio Pacheco, no "crono" de 18,8 quilómetros que a classe H4 também corre.
Se Pacheco compete na corrida de fundo só no último dia dos Mundiais, em 57,8 quilómetros, Pinão, que foi 17.º em Paris2024, vai para a estrada na sexta-feira, dia 27, para 62,7 quilómetros.