08 set, 2024 - 16:03 • Carlos Calaveiras
A espanhola Elena Congost foi terceira na maratona feminina T12 - prova para atletas com deficiência visual -, mas foi desqualificada por ter ajudado o seu atleta guia.
Congost estava na reta final da prova quando o atleta-guia Mía Carol Bruguera quase perdeu os sentidos. A atleta, para evitar que o parceiro caísse, largou a corda que os mantém ligados e deixou o atleta-guia atravessar primeiro a meta.
"Cheguei muito bem. Até consegui agarrar-me ao Mía para não cair. Há dois quilómetros que ele me dizia: 'não puxes porque vou cair, não consigo aguentar, não vou conseguir. Eu disse: 'bem, nada disso'. Continuámos a correr e chegámos muito bem", disse Elena Congost, antes de saber que seria desqualificada.
A questão é que, segundo o regulamento, os atletas têm de atravessar a meta primeiro do que o seu guia e sem largar a corda que os une. Por isso, foi desqualificada e perdeu a medalha de bronze.
Já após a decisão dos juízes, a reação: "Estou de rastos, eu tinha a medalha. Sou desqualificada porque largo a corda por um segundo porque uma pessoa ao meu lado está a cair. Volto a pegar na corda e atravessamos a meta. Foi um ato de qualquer ser humano agarrar-se a uma pessoa que está a cair ao seu lado. Não foi por fazer batota. Fui desclassificada por aguentar uma pessoa que está a cair. Fico sem nada. Sem nada por um segundo. Parece-me injusto", disse Elena Congost.
O Comité Paralímpico de Espanha apresentou queixa, considerando que a atleta não tirou qualquer vantagem, até porque tinha mais de três minutos de vantagem para a quarta classificada.