Rui Oliveira. Família do campeão olímpico fala de "um misto de emoções" indescritível

Depois de o ciclista Rui Oliveira ter conquistado a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos, na prova de pista em madison, a Renascença voltou à Rechousa, terra que viu crescer o atleta.

Acabado de chegar da festa em Paris estava o pai de Rui Oliveira, que descreve uma experiência "fantástica" nos Jogos Olímpicos.

"Fiquei pasmado com o que eu vi. Já estive em campeonatos do mundo, campeonatos da Europa, mas Jogos Olímpicos não. Foi espetacular, foi espetacular mesmo" conta, entusiasmado, Fernando Oliveira.

O percurso até aqui foi "de altos e baixos" mas nunca enfraqueceu o "desejo de vencer" dos gémeos Rui e Ivo, sublinha o pai.

"Eles [os gémeos] têm uma força psicológica tão grande que os faz ser o que são, porque o chegar até um percurso destes é muito, muito, muito difícil, mesmo."

Também Hélder, o mais velho dos três irmãos Oliveira, elogia a maneira como os irmãos "conseguem ultrapassar grandes problemas".

Nestes momentos, a família garante todo "apoio e suporte que eles precisam", sublinha. "Precisam daquele abracinho, ou daquela palavra. Às vezes, eles estão do outro lado do mundo, é difícil dar-lhes um abraço, mas uma pequena mensagem, um telefonema, logo no imediato, tentar perceber como é que eles estão e de que forma é que podemos ajudar é o mais importante", diz Hélder à Renascença.

O irmão mais velho acredita que os gémeos são hoje "uma inspiração para os novos atletas", mas admite ter "mantido o realismo" para os Jogos de Paris. O caminho para a vitória começou por um sentimento agridoce devido à lesão de Ivo, que o impossibilitou de rumar à capital francesa.

"Eu olhava sempre para uma possível presença dos dois, os meus irmãos, que também seria uma coisa inédita para o país. Não aconteceu, é verdade mas está o Iuri Leitão, que é um excelente ciclista, um grande atleta", confessa.

A verdade é que, apesar do amargo de boca e dos pés bem assentes na terra, "durante a corrida tudo mudou", revela Hélder Oliveira.

"A faltar 20 voltas já podíamos ir às medalhas, às 10 voltas eu olhava para os pontos, olhava para as voltas que faltavam, foi um conjunto de emoções que nem eu agora, neste momento, consigo descrever aquilo que estava a sentir, porque era um conflito de emoções", desabafa.

O reencontro em Portugal acontece ao final da tarde de segunda-feira, no Aeroporto Sá Carneiro, no Porto, onde o esperam dezenas de pessoas, num movimento organizado pela Junta de Freguesia de Canelas.

[Notícia atualizada às 17h43 de 14 de agosto de 2024: corrigimos "Câmara Municipal de Canelas" para "Junta de Freguesia de Canelas"]