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​“Uma mensagem para os mais novos”. O dia em que um ouro olímpico foi partilhado

10 ago, 2024 - 08:40 • Eduardo Soares da Silva

Em Tóquio, o qatari Mutaz Barshim e o italiano Gianmarco Tamberi decidiram partilhar medalha de ouro no salto em altura. Porquê?

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Nos Jogos Olímpicos de Tóquio, há três anos, o italiano Gianmarco Tamberi e o qatari Mutaz Barshim decidiram partilhar uma medalha de ouro na final do triplo salto. Sem capacidade para desempatar, ambos subiram ao lugar mais alto do pódio e enviaram “uma mensagem aos mais novos”.

Nenhum dos dois conseguia superar a marca dos 2m37cm e, perante o convite dos árbitros a realizar uma “morte súbita”, o atleta do Qatar perguntou se não seria possível uma medalha de ouro para cada.

O árbitro aceitou, à luz dos regulamentos olímpicos, os dois concordaram e festejaram juntos, efusivamente. Barshim sugeriu, Tamberi aceitou.

“História, meu amigo. Campeões olímpicos”, disse, enquanto cumprimentava Tamberi, que saltou para os braços do rival. A partir daquele momento, não havia mais disputa entre os dois.

As imagens correram o mundo num sinal do espírito olímpico. De acordo com a imprensa internacional, os dois são amigos próximos desde 2017 e aproveitaram o maior palco da modalidade para enviar uma mensagem.

“Eu sabia que merecia uma medalha de ouro pela minha performance, mas ele fez o mesmo. Sabia que ele também merecia. Isto foi para além do desporto. Enviámos uma mensagem à geração mais nova”, disse Barshim.

Depois desse momento, ambos já foram confrontados com a possibilidade de uma repetição do momento. “Já tivemos uma conversa e não voltará a acontecer”, assegurou o italiano.

Ainda assim, a dupla voltou a ser protagonista de um momento de grande “fair-play” recentemente, durante as qualificações para os Jogos de Paris.

O qatari caiu no relvado após um salto e com expressão de dor, agarrado à perna esquerda. O primeiro a surgir para o socorro foi precisamente Tamberi.

Este sábado, em véspera do final dos Jogos Olímpicos, os dois voltam a travar confronto. Ambos estão na final do salto em altura e na luta pelas medalhas.

Tamberi chegava aos Jogos como o favorito e com a melhor marca do ano, os mesmos 2m37cm que não conseguiram bater em 2021, mas poderá não conseguir replicar a mesma forma, uma vez que foi obrigado a ser hospitalizado já em Paris devido a suspeita de pedras nos rins.

Barshim, desta vez, está nos Jogos com uma melhor marca na época que não alimenta esperança de medalha.

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