09 ago, 2024 - 10:20 • Carlos Calaveiras
Até pareceu fácil. Pedro Pablo Pichardo era super favorito para Tóquio 2020 e provou-o na pista. Se se contassem os saltos de todos os triplistas, teria alcançado as três medalhas.
Na final olímpica do triplo salto, o português, de 28 anos, abriu o concurso logo com dois saltos iguais (17,61 metros), mas o melhor veio logo a seguir: 17,98m.
Até ao final do concurso, o ouro de Pichardo não fugiu e nem foi sequer ameaçado. O segundo classificado, o chinês Yaming Zhu, ficou a mais de 40 centímetros.
Pedro Pablo Pichardo, incompatibilizado com a sua Cuba natal, chegou a Portugal em 2017 e passou a representar a seleção apenas dois anos depois.
"Tinha ofertas de vários países e por acaso nem fui eu que escolhi representar Portugal, foi o meu pai", admitiu, em declarações à RTP, pouco depois de se sagrar campeão olímpico.
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As marcas que trazia de Havana não deixavam dúvidas quanto à qualidade (18.08 metros). Desde aí foram vários os títulos internacionais. Nota, no entanto, para a desilusão do quarto lugar no Mundial 2019 e, apesar do recorde nacional alcançado a 18,04 metros, do segundo no Europeu, disputado já em junho deste ano, apenas atrás de um outro cubano naturalizado (Jordan Diaz).
Esta recente derrota foi difícil de engolir para o luso-cubano que contestou a dimensão do salto do rival, por ter sido efetuado com a régua eletrónica desligada.
Para Paris 2024, Pichardo, agora com 31 anos, acredita que para garantir a medalha de ouro vai ser preciso bater o recorde do mundo [18,29 metros, do britânico Jonathan Edwards].
“Eu acho que lá, no mínimo, vai ter de se bater o recorde do mundo e eu vou tentar, eu vou tentar”, disse o campeão olímpico em Tóquio 2020, do mundo em Oregon 2023 e da Europa em Munique 2022.
A prova está marcada para 9 de agosto. Espera-se uma luta intensa, especialmente entre quatro cubanos, três deles naturalizados.