09 ago, 2024 - 13:30 • Rui Viegas, em Paris
Cento e noventa técnicos, 168 ‘pivots’ e jornalistas, quatro mega estúdios, centenas de câmeras e ‘drones’, 78 toneladas de equipamento diverso, 25 quilómetros de cabos, 24 camiões ou mais de 200 convidados durante quatro semanas.
Estes são alguns dos números do principal operador com os direitos televisivos destes Jogos Olímpicos, a ‘Warner Bros Discovery’, difundidos através da ‘Eurosport’.
E nesta extensa e complexa operação há vários portugueses envolvidos, como é o caso de Paulo Boto.
“Faço controlo de imagem e supervisão das ‘venues’ (locais de competição)”, começa por explicar-nos este técnico de 55 anos, há 35 na área, e por quem passa a gestão de uma verdadeira ‘máquina’.
“É como se fosse um navio-almirante, um posto de comando, onde todos os sinais de TV são aqui tratados e vigiados. Trabalho com uma equipa com apenas alguns europeus. A maioria são chineses. Portanto, já estão a imaginar as dificuldades de comunicação entre nós. Mas com perseverança tudo se consegue”, diz-nos, a sorrir, quando invadimos o seu espaço exíguo dentro de um camião de ‘regie’, rodeado de ‘ecrãs’ e mesas de mistura, há semanas estacionado não muito longe de um dos ‘palcos’ da competição francesa.
“Nunca vejo as provas como um espectador normal, pois a exigência e o ‘stress’ são muito altas. É necessária uma grande concentração. Às vezes, no fim, nem sei o resultado da competição que estou a transmitir”, acrescenta.
Quando não está ‘aqui’, Paulo Boto está num qualquer outro evento desportivo mundial. Geralmente sediado no Dubai, este técnico luso corre mundo e o mundo corre atrás dele e de outros compatriotas.
“Os técnicos portugueses são muito requisitados, somos bons em televisão”, justifica Boto, antes de… ‘desligar’, não sem antes admitir que a “compensação chega com as audiências”.
A horas de outro momento capital, a cerimónia de encerramento da 33ª olimpíada, o programa segue dentro de momentos. E em português (também).