04 ago, 2024 - 09:10 • Carlos Calaveiras
Decorriam os Jogos Olímpicos de Munique, em 1972, e aconteceu o impensável: um grupo terrorista palestiniano atacou a delegação israelita em plena aldeia olímpica.
Às 4 da manhã de 5 de setembro, oito terroristas escalaram os muros da aldeia olímpica e invadiram o prédio onde estavam os israelitas.
Na altura, a segurança não era a prioridade das autoridades alemãs e essa “leveza” (sem câmaras de segurança e poucas patrulhas) facilitou a operação do grupo palestiniano.
O plano “Setembro Negro” passava por sequestrar vários elementos da equipa israelita para depois negociar a libertação de 234 presos palestinianos que estavam em prisões israelitas.
Quando a operação inicial se desenrolou, dois israelitas foram mortos, três conseguiram fugir e nove tornaram-se reféns.
As negociações duraram horas, os terroristas recusaram dinheiro e a proposta de um secretário do Interior da Baviera, que se ofereceu como refém, em troca dos nove elementos da delegação desportiva.
Os terroristas acabaram por exigir um avião para que pudessem fugir (com os reféns) para o Cairo. Numa primeira fase, um helicóptero levou todos para uma base aérea em Furstenfeldbruck, nos arredores da capital bávara, onde estava o avião.
A polícia alemã tinha montado uma emboscada, colocando militares dentro do aparelho. No entanto, os terroristas deram pelas manobras, houve trocas de tiros e explosões e o helicóptero incendiou-se.
Numa primeira fase, o governo alemão chegou a divulgar que todos os reféns tinham sido salvos. Na verdade, o balanço foi trágico. Ao todo, morreram 17 pessoas: seis treinadores e cinco atletas de Israel (nove reféns e os dois que foram apanhados logo à chegada da aldeia olímpica), cinco elementos do grupo terrorista “Setembro Negro” e um policia alemão.
Os Jogos Olímpicos foram interrompidos durante 34 horas e retomadas com uma cerimónia no Estádio Olímpico de Munique, perante 80 mil espectadores e três mil atletas, em memória das vítimas.
No seguimento, o governo israelita, liderado por Golda Meir, reagiu e montou uma operação, de nome “Ira de Deus”, para eliminar todos os palestinianos envolvidos neste ataque, incluindo os líderes do “Setembro Negro”.