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Ciclismo

Volta a Portugal com traçado mais suave, passagem por Espanha e uma estreia

22 jul, 2022 - 11:24 • Lusa

83.ª edição da prova é mais pobre em chegadas em alto e com a W52-FC Porto como o grande ponto de interrogação.

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A inédita ascensão ao Observatório do Parque Eólico de Vila Nova e a incursão em Espanha destacam-se no percurso, apresentado esta sexta-feira, da 83.ª Volta a Portugal, mais pobre em chegadas em alto e refém da incógnita W52-FC Porto.

A apresentação tardou, mas o percurso da 83.ª edição, que entre 4 e 15 de agosto vai ligar Lisboa a Gaia, num total de 1.559,7 quilómetros, foi esta sexta-feira finalmente revelado nos Paços do Concelho de Lisboa, com a prova a expandir fronteiras e abrir-se a outro tipo de ciclistas, abdicando da dureza de outros anos, ao prever só três chegadas em alto: a Torre aparece logo à terceira etapa, antecedendo a desconhecida subida ao ponto mais alto de Miranda do Corvo (5.ª etapa) e a tradicional Senhora da Graça, escalada na véspera do crono final.

A organização suavizou o traçado - os ciclistas enfrentarão 26 contagens de montanha, menos sete do que no ano passado -, desenhou cinco etapas para sprinters e deixou os candidatos à sucessão de Amaro Antunes, o bicampeão em título cuja participação está em dúvida devido à novela W52-FC Porto, com menos terreno para fazerem a diferença, já que, além das etapas de montanha e do contrarrelógio, só a chegada à Braga, depois da subida ao Sameiro, pode relevar-se complicada.

As primeiras pedaladas do modesto pelotão, novamente desprovido de equipas do WorldTour, mas com os "dragões" entre os inscritos, serão dadas a 4 de agosto, no curto e explosivo prólogo de apenas 5,4 quilómetros, com partida e chegada à Praça do Império, perto do Centro Cultural de Belém, responsável por atribuir a primeira amarela.

A primeira etapa marcará o início de uma viagem por paragens seguramente quentes, ligando Vila Franca de Xira a Elvas, ao longo de 193,5 quilómetros tendencialmente planos, antes do "salto" dos ciclistas para Espanha.

Muito criticada em anos anteriores pela falta de originalidade do percurso, e pela sua excessiva concentração no Norte/Interior, a organização respondeu nesta edição com Badajoz, ponto de partida da segunda tirada, que acabará em Castelo Branco, 181,5 quilómetros depois.

Às duas oportunidades para sprinters segue-se a primeira para trepadores: domingo, 07 de agosto, é de dia de "etapa rainha" da Volta a Portugal, com o ponto mais alto de Portugal continental a coroar uma jornada de 159 quilómetros a partir da Sertã, cuja única verdadeira dificuldade é a contagem de categoria especial que coincide com a meta instalada na Torre.

Após o primeiro "tira-teimas" entre favoritos, os homens rápidos têm novamente uma etapa para brilhar, nos 169,1 quilómetros entre a Guarda e Viseu, onde o pelotão descansará em 09 de agosto, antes de rumar ao centro do país e à "surpresa" desta edição.

Além da chegada ao Observatório do Parque Eólico de Vila Nova, no concelho de Miranda do Corvo ser inédita na história da prova, o final da etapa, que começa na "regressada" Mealhada (há 44 anos que estava ausente) 165,7 quilómetros antes, vai ser exigente e proporcionar uma subida na Serra da Lousã com cerca de 10 quilómetros e uma pendente média de inclinação de 9%, que culmina numa contagem de montanha de primeira categoria.

Seguem-se, em 11 de agosto, 159,9 quilómetros a rolar, entre Águeda e a Maia, com Santo Tirso a acolher este ano a partida da sétima tirada, que acaba em Braga, passados 150,1 quilómetros, já depois da subida ao Sameiro, uma segunda categoria instalada a menos de 10.000 metros da meta.

Também Viana do Castelo trocou de papel nesta edição, acolhendo o início da oitava etapa, que termina em Fafe, decorridos 182,4 quilómetros, com o empedrado inclinado da chegada a poder ser atacado quer por homens rápidos, quer por "puncheurs".

A Senhora da Graça volta a aparecer no percurso na penúltima etapa, em 14 de agosto, um domingo, com os 174,5 quilómetros a partir de Paredes a prometerem espetáculo: antes da subida final ao ponto mais alto do Monte Farinha, os corredores enfrentam outras duas contagens de primeira categoria, na Serra do Marão e no Barreiro.

Mas, será o contrarrelógio do último dia, desenhado nas margens do Douro, entre o Porto e Gaia, no total de 18,6 quilómetros, a decidir o vencedor.

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