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Luís Vilar

Centralização "ameaça poderio" dos três grandes. "Braga é quem tem mais pressa em antecipar"

28 fev, 2023 - 18:30 • Luís Aresta , Inês Braga Sampaio

O professor universitário e comentador Luís Vilar admite que, se a medida não fosse imposta pelo Governo, nem em 2028 se avançaria com a centralização das receitas televisivas.

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O professor universitário e comentador Luís Vilar acredita que, dos quatro primeiros classificados do campeonato, só o Sporting de Braga poderá ter interesse em antecipar a centralização das receitas televisivas.

Em entrevista a Bola Branca, Luís Vilar frisa que a medida, agendada para 2028, "ameaça o poderio dos três grandes sobre os demais".

Benfica, FC Porto e Sporting beneficiam do desequilíbrio competitivo e financeiro atual e "já anteciparam muita verba futura", pelo que "é natural que empurrem um pouco com a barriga" o inevitável. Por outro lado, a posição do Braga é diametralmente oposta, pois beneficiaria de maior equilíbrio para competir mais assídua e firmemente com os rivais.

"No caso do Benfica, o curto prazo está antecipado em 50% e o médio prazo em 25%. No FC Porto e no Sporting a realidade é pior. A verdade é que haveria mecanismos para antecipar esta centralização. Penso que o Braga é o clube que mais beneficiaria da centralização e, por isso, tem mais pressa em antecipar. Diria que, do lado dos três grandes, existe aqui um receio em antecipar, porque, obviamente, vão perder parte do desequilíbrio, que também lhes confere muita vantagem, portanto, diria que nos três grandes não há muito interesse em avançar", salienta.

O desequilíbrio na distribuição das receitas televisivas contribui fortemente para a falta de competitividade da Liga portuguesa. O mercado televisivo do futebol, em Portugal, vale cerca de 140 milhões de euros por época, com os grandes a guardar para si 85% das receitas.

Mais equilíbrio, mais espetáculo, grandes menos grandes


A centralização permitirá maior equilíbrio e, com isso, mais espetáculo, logo, menos "autocarros" e antijogo, de acordo com Luís Vilar.

"As equipas começam a ter plantéis mais competitivos e acreditam que podem ganhar em casa e fora aos pequenos e aos grandes", assinala.

O professor universitário lembra que a centralização das receitas televisivas só entrará em efeito porque foi imposta pela Assembleia da República: "Caso contrário, nem em 2028 viríamos a centralizar."

"Neste momento, acho que Portugal e mais uma liga são os únicos que não têm isto centralizado. Poderia antecipar-se, não se vai antecipar porque não há interesse dos três grandes", finaliza Luís Vilar.

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  • António Saúde
    01 mar, 2023 Barreiro 16:58
    Esta centralização constituiria um enorme prejuízo ao Benfica espero espero que Rui Costa vá até às últimas consequências de forma a impedir que a mesma se efectue!!!

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